Rio passou por tiroteios, ontem, em vários pontos da cidade
Nara Franco , RJ |
29/06/2017 às 13:24
Integrantes do gov do RJ falando sobre a operação
Foto: Gov RJ
Depois de um dia de intensos tiroteios em várias comunidades da cidade, a Polícia Civil do Rio de Janeiro em conjunto com o Ministério Público fez hoje (29) uma megaoperação contra a corrupção policial no estado.
O foco da Operação Calabar é o município de São Gonçalo, na região metropolitana no Rio. Dos 184 mandados de prisão preventiva, 71 já tinham sido cumpridos até o fim da manhã. Destes mandados, 49 são contra Policiais Militares e 22 contra traficantes.
A ação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-RJ e da Corregedoria da Polícia Civil. De acordo com a polícia é a maior ação realizada na história contra policiais corruptos. Os PMs foram denunciados por recebimento de propina de traficantes que rendia aproximadamente R$ 1 milhão/mês. Os policiais detidos responderão por organização criminosa e corrupção passiva. Já os bandidos responderão por tráfico, organização criminosa e corrupção ativa.
Agentes que investigaram o esquema estimam que a venda de favores e cobrança de dinheiro a traficantes rendesse, pelo menos, R$ 350 mil por semana aos PMs que estavam no Grupamento de Ações Táticas (GAT), Patrulha Tático Móvel (PATAMO), Serviço Reservado (P-2), no Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) e Ocupação (uma espécie de "UPP" de São Gonçalo).
O esquema foi descoberto há quase um ano pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). A primeira pista do esquema surgiu a partir da prisão de um dos suspeitos apontado como responsável por recolher a propina para os policiais.
De acordo com o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, "Quero deixar registrado que é um dia difícil, mas necessário. Nenhuma das instituições à mesa aceitam desvios de conduta", disse em entrevista coletiva.