A apresentação de alunos do Colégio Anchieta, que se vestiram com roupas parecidas com a da organização racista e neonazista Ku Klux Klan, durante uma atividade escolar, no último dia 7, foi duramente criticada nesta segunda-feira, 12, na Câmara de Salvador. Vários vereadores fizeram discursos condenando a manifestação e a Comissão de Reparação emitiu nota de repúdio, pedindo também “célere apuração” do fato.
O presidente do colegiado, Moisés Rocha (PT), prometeu levar ao conhecimento do Ministério Público do Estado e outros órgãos competentes. Além disso, os integrantes do organismo se comprometeram a fazer uma visita à escola e apresentar sugestões de materiais didáticos, que levem ao conhecimento sobre a importância da construção de uma sociedade mais igualitária.
O encontro da comissão se deu durante a sessão ordinária da tarde e contou com as presenças ainda dos edis Ireuda Silva (PRB), Luiz Carlos Suíca (PT), Orlando Palhinha (DEM) e Vado Malassombrado (DEM).
Suíca, Henrique Carballal (PV) e Silvio Humberto (PSB) também se manifestaram a respeito, classificando de inadmissível a atitude dos estudantes. O petista pediu investigação do caso por parte do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Em sua opinião a formação dos jovens perpassa por todos os setores da sociedade e, por isso, é preciso estar atento a todos os detalhes e não considerar o ato racista como algo comum no convívio social: “Não podemos aceitar como normal crianças de 9 a 11 anos vestindo roupas de neonazistas e fazendo reverência ao Ku Klux Klan. Esse movimento é responsável pela morte de milhares de negros em todo o mundo, desde 1860 até a atualidade. É inadmissível que isso aconteça em Salvador. Repudio qualquer tentativa de ampliar a desigualdade e a violência contra os negros deste país”.
Para Silvio o episódio não pode ser tratado como uma inocente brincadeira, pois representa mais uma manifestação discriminatória de como as elites brancas têm tratado a população negra em Salvador, cujos membros jovens são as maiores vítimas de assassinatos nas regiões carentes da cidade.
Armas não letais
Agentes da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) compareceram em grande número à sessão desta segunda-feira, 12, para pressionar os vereadores a votarem o projeto de lei, em tramitação na Casa, dando-lhes permissão para usar armas não letais (pistolas de eletrochoque) na fiscalização do trânsito da capital baiana.
Eles alegam sofrer agressões verbais e físicas de motoristas flagrados em infrações, quando aplicam multas ou advertências. O grupo recebeu o apoio de vários vereadores, entre eles Lorena Brandão (PSC), presidente da Frente Parlamentar pela Segurança Pública, que pediu aos colegas a aprovação da proposta.