Política

Marta Rodrigues critica ACM Neto por tirar 20 linhas de ônibus do CAB

Vereadora acusa prefeito de ficar incomodado com o avanço das obras do Metrô
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 07/06/2017 às 00:03
Marta: críticas a ACM Neto
Foto: LB

A vereadora Marta Rodrigues (PT) fez mais duas duras críticas ao prefeito ACM Neto (DEM) nesta terça-feira, 6. Uma delas foi em relação à retirada de 20 linhas de ônibus que circulavam no Centro Administrativo da Bahia (CAB), no dia 30 de maio, após o início da operação das quatro estações da linha 2 do Metrô, localizadas na Paralela.

Segundo a petista não houve qualquer aviso “nem ao Governo do Estado e nem à população” e apesar dos prejuízos aos usuários a Prefeitura não se moveu para resolver o problema que criou. Para ela “o prefeito ficou incomodado com a inauguração do metrô de Rui Costa e descontou na população”.

De acordo com pesquisa da Transalvador pelo menos 40 mil passageiros utilizavam os ônibus como meio de transporte no CAB e região. O governo estadual informou ainda a desativação do chamado “vermelhinho”, ônibus que levava os passageiros CAB. “Ou seja, a prefeitura prejudicou 40 mil pessoas e finge que não existe problema algum. É uma atitude típica do autoritarismo inerente ao carlismo. Se não fosse o governo do Estado, que colocou 4 ônibus para o serviço complementar saindo do metrô para o CAB, a população ficaria sem transporte”.

Delação da Odebrecht

A outra crítica diz respeito às denúncias feitas em delação premiada pelo diretor da Odebrecht, André Vital, contra Neto. Conforme o empresário a empreiteira entregou R$ 1,8 milhão em dinheiro vivo a um representante do prefeito em 2012, antes da eleição municipal.

Na última segunda-feira, 5, os deputados petistas Robinson Almeida e Afonso Florence protocolaram uma representação no MP-BA pedindo a investigação de suspeitas de favorecimento da Odebrecht na licitação das obras da Barra. “Denúncia dessa natureza envolvendo um gestor municipal e uma obra como a da Barra não pode passar despercebida. É grave e precisa ser apurada com urgência”, declarou Marta.

Em sua opinião as suspeitas colocam em cheque a credibilidade da obra e o cumprimento do projeto original. Em abril, o ministro do STF, Edson Fachin, enviou ao Ministério Público Federal na Bahia uma petição reforçando a investigação de possíveis irregularidades na requalificação do bairro. “Essas possíveis irregularidades vão ao encontra das queixas dos moradores do bairro reforçadas em audiência da Câmara Itinerante, no dia 27 de março, na Associação dos Moradores da Barra (Amabarra)”, aponta a oposicionista. Entre as queixas está a de que o resultado final da requalificação nada contemplou do projeto original.

Segundo a associação a obra foi entregue sem estar concluída. “O prefeito realizou uma obra que custou cerca de R$ 60 milhões e o resultado ficou aquém do que foi proposto aos moradores no projeto original. Hoje, o bairro enfrenta graves alagamentos em dias de chuva nas ruas, porque não possui sistema adequado de microdrenagem”, afirmou a edil.

A entidade afirma que as promessas de embutimento de fios elétricos e a resolução do problema crônico de esgotamento das águas pluviais que poluem as praias da Barra não foram cumpridas. “Um ano da conclusão da reforma se passou e nada disso foi feito. Os moradores só acumulam reclamações, tanto por causa da queda no comércio, como por causa dos problemas do projeto”, concluiu.