Política

34ª sessão da CMS no ano é interrompida por bate-boca entre vereadoras

Para Leo Prates legislativo vai bater recorde de 90 sessões realizadas durante o ano
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 29/05/2017 às 19:12
Sessão interrompida por bate-boca entre vereadoras
Foto: Antonio Queirós

O presidente da Câmara de Salvador, vereador Leo Prates (DEM) fez questão de destacar, na tarde desta segunda-feira, 29, o ritmo intenso de trabalho do legislativo municipal, que realizou sua 34ª sessão ordinária do ano, número maior do que as 33 registradas em todo o ano passado.

Segundo ele com esta marca “dá para termos a dimensão do trabalho que estamos fazendo em benefício da cidade de Salvador”. O democrata acredita que recorde de sessões anuais, 90, também será superado, bem como a quantidade de votações nesta 18ª Legislatura.

Festa interrompida

A comemoração, porém, foi interrompida por mais uma troca de ofensas entre Ana Rita Tavares (PMB) e Marcelle Moraes (PV), ambas militantes da causa animal e aliadas do prefeito ACM Neto (DEM). Quase foram à agressão física e a sessão foi interrompida logo após.

A verde usou a tribuna para se defender da acusação da colega de que o Ministério Público pediu à prefeitura o rompimento do contrato com a clínica veterinária Clinicão (pertencente à família Moraes), no valor de mais de R$ 1 milhão. Marcelle argumentou que se afastou da sociedade após assumir o mandato, mas o tempo esquentou de vez.

A pemebista, por sua vez, acusou a sogra do deputado estadual Marcell Moraes (PV), irmão de Marcelle, de ser funcionária fantasma da administração municipal, mas a opositora retrucou com uma referência ao namorado jovem de Ana Rita, classificando-o de “namorado Danoninho”.

Escola Sem Partido

A sessão foi marcada também pela repercussão dos confrontos acontecidos pela manhã, durante e depois do seminário sobre o projeto Escola Sem Partido, quando vereadores governistas (Teo Senna, PHS, e Maurício Trindade (DEM), defensores da proposta, foram agredidos por militantes de movimentos sindicais e populares.

O evento, promovido pela Comissão de Educação, Esporte e Lazer da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Sidninho (PTN), foi conduzido pelo deputado federal João Carlos Bacelar (PTN) e aberto por Leo Prates, segundo quem “faz parte do exercício democrático ouvir os dois lados e permitir que a população se posicione”.

Na capital baiana a indicação de Alexandre Aleluia (DEM) foi aprovada pela em março, prevendo a fixação de cartazes nas salas de aula e dos professores, ressaltando os direitos dos alunos decorrentes da liberdade de crença e consciência, assegurados pela Constituição Federal, e os direitos dos professores.

“Eu fico muito surpreso com quem fica contra esse projeto que regulamenta a fixação de meros cartazes que elencam direitos de alunos”, disse Aleluia, salientando que a doutrinação não é um problema exclusivo do Brasil, mas que ocorre em outras partes do mundo: “A partir da década de 1960, enxergaram que a luta armada não era a via possível. Com a revolução cultural, viram que não deveriam ocupar quartéis, mas escolas, tornadas não mais em locais de apreciação do saber, mas de engenharia social. Tanto sindicato contra, tanto pessoal de partido contra, eu só posso pensar que tem muito aproveitamento, tem muito dividendo político em jogo”.

Em contraposição a petista Marta Rodrigues (PT) apresentou a proposta Escola Livre. “É visível que o projeto Escola sem Partido, além de querer amordaçar professores e retirar a liberdade de manifestação do pensamento nas salas de aulas, confunde doutrinação com o debate de ideias e a pluralidade. O meu projeto, o Escola Livre, respeita a liberdade dos educadores e a inclusão do debate teórico na sala de aula, que deve ser ambiente plural, de respeito a todas as religiões, crenças e opiniões”, defendeu.