Com Globo.com
Da Redação , Salvador |
21/04/2017 às 11:38
Populares em confronto com a guarda bolivariana
Foto: AFT
Um homem morreu ao ser atingido por tiros na quinta-feira à noite durante um protesto na área de Petare em Caracas, elevando para nove o número de óbitos em três semanas de manifestações contra o governo de Nicolás Maduro.
A cidade viveu uma madrugada de violência, principalmente em bairros populares como El Valle, 23 de Janeiro e Petare (considerada a maior favela da América Latina). Segundo confirmaram ONGs como o Programa Venezuelano de Educação e Ação em Direitos Humanos (Provea), manifestações civis foram reprimidas pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e, em muitos casos, também atuaram os coletivos chavistas (grupos armados que defendem o governo).
As imagens e vídeos da noite fatídica de Caracas estão circulando nas redes sociais e dirigentes opositores como Henrique Capriles, governador do estado Miranda, denunciaram a repressão. Os confrontos obrigaram até mesmo a evacuar um hospital infantil em El Valle, onde estavam internadas 54 crianças. De acordo com o governo, o hospital foi atacado por grupos armados financiadas pela oposição, acusação desmentida pelas lideranças opositoras.
No passado, os bairros que foram cenário da violência representavam importantes bases de apoio para o chavismo. Hoje, segundo afirmou a analista política Argelia Rios, os setores populares estão cada vez mais insatisfeitos com o governo Maduro.
“Noite agitada nos setores populares de Caracas. Desmoronou-se definitivamente o mito de que os bairros são territórios revolucionários”, escreveu Argelia, em sua conta no Twitter.
A oposição também usou o Twitter para denunciar a repressão.
“E a esta hora o ditador @nicolasmaduro onde estará, quando ordenou reprimir de forma selvagem os bairros, dormindo como um bebê?”, perguntou Capriles.
Durante toda a madrugada, circularam diversos rumores no país, até mesmo de levante militar. A oposição reiterou sua decisão de permanecer nas ruas até que o governo atenda duas demandas de convocação de eleições, liberação de presos políticos e respeito ao Parlamento, entre outras.