Política

Comissão do Carnaval ouve empresários do segmento de entretenimento

Colegiado estão colhendo subsídios para realizar
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 18/04/2017 às 19:40
Reunião da comissão da festa na CMS
Foto: Antonio Queirós

Empresários do segmento de entretenimento participaram da reunião da Comissão Especial do Carnaval da Câmara de Salvador, realizada na tarde desta terça-feira, 18. O objetivo foi levantar subsídios para o seminário Panorama Carnaval 2017, marcado para os dias 16 e 17 de maio.

Outro encontro está marcado para o próximo dia 25 e, segundo o presidente do colegiado, vereador Moisés Rocha (PT), foram convidados dirigentes dos blocos de samba (José Luis Lopes, do Alerta Geral), afro (João Jorge, do Olodum) e afoxés (Vovô, do Ilê Aiyê).

A ideia, adiantou o petista, é ouvir sugestões de temas para o seminário, visando aperfeiçoar a organização da festa e sanar problemas identificados nos últimos anos, a exemplo do esvaziamento do circuito Osmar. “O Campo Grande não pode ficar como está, precisamos repensar um novo modelo que resgate o Carnaval do Centro”, assegurou.

Clínio Bastos, presidente da Associação Brasileira de Entretenimento – Bahia (ABRE-BA), e Nei Ávila, da Associação Baiana de Camarotes, representaram os empresários envolvidos com a festa. Segundo eles a crise econômica vem afetando a atração de turistas nos últimos anos. “Outras cidades, como Recife, passaram a investir mais no carnaval e as pessoas estão optando por ficar em seus estados, por economia. É preciso repensar o modelo de organização da festa, até porque a mão da iniciativa privada está recuando e o poder público precisa investir em educação, saúde, segurança e outras prioridades”, observou Bastos.

Ele destacou também que a forma de patrocínio fechado por uma cervejaria e a prefeitura, padronizando visualmente toda a cidade, provocou a fuga das demais concorrentes. “A axé music, que dominou o cenário musical nos últimos 30 anos, também não está em seu melhor momento”, comentou, defendendo que é hora de se profissionalizar ainda mais a folia.

Tanto Bastos quanto Nei Ávila parabenizaram a CMS pela iniciativa do seminário Panorama Carnaval e se colocaram à disposição para contribuir com o debate, que resultará em uma proposta de melhoria da festa. As entidades, inclusive, levarão uma pesquisa ouvindo foliões locais e turistas, assim como representantes dos segmentos envolvidos na organização.

Críticas gerais

Titular da Comissão e uma das atrações musicais da festa Igor Kannário (PHS) também criticou o atual modelo de investimentos nos circuitos: “Temos que ouvir a população, porque o povo está com saudade do Carnaval de rua, dos encontros de trios. Agora pagam R$300 mil para Luan Santana e R$30 mil para mim, mas eu botei milhões de pessoas na pipoca e por isso vou para o livro dos recordes”.

Segundo ele os circuitos estão nitidamente separados socialmente: “Negro, favela, fica no Campo Grande e os ´mauricinhos´ na Barra”. Sobrou também para os empresários: “A crise atinge também os foliões e o setor bota os preços lá em cima. Só estão se preocupando agora porque doeu no bolso”.

Henrique Carballal (PV), que organizou o primeiro seminário, ressaltou a importância da Câmara provocar o debate sobre os temas que precisam ser repensados, como a forma de contratação de artistas e a evasão de público e patrocínio. Felipe Lucas (PMDB), Kiki Bispo (PTB), Duda Sanches (DEM) também destacaram a importância dos vereadores contribuírem com propostas para a melhoria da festa. Marcelle Moraes (PV) também estava presente.