As declações racistas, feitas pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) na semana passada, no Rio de Janeiro, foram duramente criticadas pelos vereadores de Salvador na sessão ordinária desta terça-feira, 11, na Câmara de Salvador. Um pequeno grupo de manifestantes estava presente nas galerias portando cartazes em que classificavam o partido do parlamentar de racista.
Todos os edis que se pronunciaram a respeito do caso condenaram a atitude do deputado e pediram sua punição, a exemplo de Marta Rodrigues e Moisés Rocha (PT), Aladilce Souza e Hélio Ferreira (PCdoB), Hilton Coelho (Psol) e José Trindade (PSL). Moisés, presidente da Comissão de Reparação da Casa, anunciou que o colegiado aprovou uma moção de repúdio às opiniões de Bolsonaro. Para eles o político deve perder o mandato e ser expulso do Congresso Nacional.
Lorena Brandão e Ricardo Almeida, ambos do PSC, concordaram com as críticas, mas asseguraram que a sigla não acompanha a postura do parlamentar e rechaçaram o rótulo de “racista”, exibido pelos manifestantes na sessão. Lorena destacou os valores e a história da agremiação, enquanto para Ricardo a atitude de um integrante não pode ser generalizada para todos os filiados.
A chamada “Super Terça”, porém, ficou prejudicada, uma vez que após o pinga-fogo o plenário começou a se esvaziar e a sessão foi suspensa por falta de quórum. O tema do debate seria a reforma política e o único a abordar o assunto foi Odiosvaldo Vigas (PDT), voltando a defender o sistema parlamentarista como forma de governo para o Brasil.
No início da sessão Paulo Magalhães (PV) se posicionou contra o projeto das mudanças na legislação eleitoral, especialmente a votação em lista fechada, afirmando que os dispositivos em discussão no Congresso Nacional não agradam a ninguém: “Creio que o povo brasileiro não está disposto a pagar a conta dessa reforma”.
Kiki Bispo (PTB) elogiou a iniciativa do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), relator do projeto em Brasília, estando presente na audiência pública realizada pela CMS sobre a matéria. Segundo ele o legislativo soteropolitano foi o primeiro, entre os municípios do País a promover a discussão.