Política

Reviravolta no Equador: Candidato governista vence a eleição

Com informações de O Globo.com
Da Redação , Salvador | 03/04/2017 às 08:45
Lenín Moreno, o eleito
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QUITO — Após uma campanha eleitoral acirrada no Equador, o candidato governista à Presidência, Lenín Moreno, lidera a contagem de votos do segundo turno das eleições com uma vantagem de cerca de dois pontos percentuais sobre o seu rival, Guillermo Lasso. Com 95% das urnas apuradas, o ex-vice de Rafael Correa aparece com 51,1% dos votos contra 48,8% do conservador, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral. Ambos os candidatos chegaram a reivindicar vitória na noite deste domingo, depois que pesquisas de boca de urna apresentaram resultados divergentes. A pequena diferença levou Lasso a pedir recontagem antes mesmo do anúncio do resultado final, e elevou as tensões no país. Partidários do líder opositor protestaram ontem em frente à sede do órgão eleitoral.

Cerca de 12,8 milhões de cidadãos foram convocados a votar entre dois candidatos que se encontram em espectros políticos totalmente opostos: um socialista e defensor de programas sociais e um ex-banqueiro alinhado ao mercado. Consideradas um teste para a esquerda latino-americana, as eleições mais acirradas na História recente do país mostraram que a maioria dos eleitores deseja manter o rumo e reforçar a “Revolução Cidadã” orquestrada por Correa, em detrimento de uma guinada conservadora como ocorreu em Brasil, Peru e Argentina.

— A partir de agora trabalharemos para o país. Todos! Vamos trabalhar para o nosso querido Equador — comemorou Moreno, sentado em sua cadeira de rodas, diante de milhares de simpatizantes. — Saberemos escutar as críticas. Vamos trabalhar em paz e harmonia. Bem-vindos lutadores da paz e da vida.

Logo após o fechamento das urnas, três pesquisas de boca de urna colocavam Lasso à frente, enquanto uma quarta indicou que o vencedor era Moreno. O opositor, que chegou a cantar vitória, não reconheceu o resultado, abrindo caminho para protestos em um país dividido, onde muitos exaltam a estabilidade e os planos sociais de Correa, mas outros criticam seu autoritarismo e escândalos de corrupção que salpicam no governo.

— Vamos exigir recontagem dos votos, porque o povo equatoriano votou pela mudança, votou contra a ditadura de um só partido político — declarou Lasso, de 61 anos, alegando fraude.

No Twitter, o presidente Correa também criticou os resultados díspares das pesquisas: “Isso é estatisticamente impossível. Alguém mente.”