O bairro de Cajazeiras foi palco de uma audiência pública sobre o transporte público de Salvador, promovida pela Câmara Municipal no último sábado, 1º, por iniciativa do vereador Hélio Ferreira (PCdoB), presidente da Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais da CMS. O encontro reuniu lideranças comunitárias, moradores e rodoviários no Ginásio Poliesportivo.

“Ouvimos a comunidade, identificamos problemas existentes no transporte público e vamos buscar soluções. Defendemos um serviço eficiente e de qualidade para toda a população”, disse o comunista.

A diretora da Associação de Mulheres 8 de Março, Maria de Fátima, relatou as dificuldades enfrentadas: “É muito importante trazer o debate para os bairros, porque o transporte piora a cada dia em toda a cidade. Existem rumores de que será retirada a linha direta para a Lapa. Sou moradora de Cajazeiras e estudo nos Barris, perco 50 minutos todos os dias na volta para casa dentro da Estação Pirajá. Por ser mulher e estudar à noite, fico vulnerável nos pontos de ônibus. Estamos aqui para dizer que não vamos aceitar qualquer tipo de mudança”.

Dirigente do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota saiu em defesa dos trabalhadores: “Enfrentam muitos problemas no dia-a-dia, como estresse ocasionado pelos congestionamentos, pela violência e pelo ambiente insalubre. Profissionais que sequer têm direito a um espaço adequado para realizar suas necessidades pessoais ou uma refeição decente. São trabalhadores que merecem o respeito e a atenção da sociedade, dos poderes públicos e dos empresários”.

Outra crítica feio do presidente do Conselho de Moradores de Cajazeiras 11, Roque Gonçalves: “Já é deficiente e querem piorar ainda mais, desativando linhas diretas. É muito sacrificante para as pessoas irem para a Estação Pirajá após um dia cansativo de trabalho”.

Fundo para gratuidade

Hélio Ferreira é autor do projeto de lei, que tramita na Casa, propondo a criação do Fundo Municipal de Mobilidade Urbana. A proposta prevê a isenção de passagem para trabalhadores desempregados e estudantes da rede pública; acesso livre e gratuito dos rodoviários ativos e aposentados em todos os modais; gratuidade na renovação da Carteira Nacional de Habilitação dos trabalhadores do setor; postos de atendimento de saúde para os rodoviários nos terminais de ônibus da cidade, entre outros benefícios.

“O objetivo deste projeto é incluir diversas pessoas que estão excluídas do serviço por vários fatores”, completou Hélio. Também é de sua autoria o projeto que visa tornar obrigatório o pagamento da gratificação aos rodoviários que trabalham nas linhas de ônibus do Carnaval e festas populares.

Participaram também dos debates os edis Hilton Coelho (PSOL), Marta Rodrigues (PT) e José Trindade (PSL), líder da bancada de oposição na Câmara.