O Dia Internacional da Síndrome de Down (21 de março) foi lembrado na Câmara de Salvador com uma sessão especial, na manhã desta quinta-feira, 23, no Plenário Cosme de Farias, quando entidades que atuam na defesa e educação de pessoas na área debateram políticas públicas nacionais e o acesso ao mercado de trabalho. A iniciativa foi do vereador Cezar Leite (PSDB), pai de dois jovens especiais.
O tucano tem com um de seus assessores parlamentares um portador de Transtorno do Espectro Autista. Segundo ele essa inclusão social já começou a ser alicerçada: “O nosso grande desafio agora é garantir o acesso dessas pessoas ao mercado de trabalho. Falta informação e um trabalho de conscientização com as escolas e empregadores. Além de projetos, nós do Legislativo temos que ter sensibilidade e dar o exemplo”.
Sobre seu servidor ele afirma ser “um profissional atento e qualificado, que desenvolve função administrativa. Amplo conhecedor da língua portuguesa, tem nos dado um suporte importante no gabinete”.
A mesa da sessão contou com a participação da autodefensora das pessoas com Síndrome de Down e membro da diretoria da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Débora Gil, e do secretário Especial da Pessoa com Deficiência do Ministério de Direitos Humanos, Moisés Bauer, deficiente visual.
Atriz e ex-aluna da Apae, hoje com 28 anos, Débora Gil mostrou o compromisso com a causa: “Eu quis ser autodefensora por responsabilidade. É preciso defender os nossos direitos”.
Abaixo o preconceito
A diretora de Qualificação Técnica da Apae, Márcia Tavares, também destacou a importância da inclusão e da luta contra o preconceito: “Não somos nós que vamos delimitar até onde o outro pode ir”.
“Temos o grande desafio da implementação da Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Precisamos realizar muitos direitos que nós conquistamos”, declarou Moisés Bauer. Ele apontou ainda a necessidade de uma política educacional voltada para os portadores de necessidades especiais: “Essa é uma construção em âmbito municipal. Cabe ao governo federal apenas a normatização”.
“Queremos mostrar como essas pessoas são capazes. Uma alteração genética não é uma doença. É preciso que as pessoas conheçam melhor a Síndrome de Down para reduzir o preconceito. Quando meu filho nasceu, eu vi que tinha o desafio de ajudar a sociedade a receber ele bem”, ressaltou o presidente da organização não governamental Nicho Down, Jaime Córdova.
O evento foi aberto com uma apresentação do músico Thales Azevedo, aluno da Apae, e uma mostra de pinturas em tela de Rafaela Mercês, Manuela dos Santos e Eduardo Barbosa, todos alunos da entidade. Os quadros estão em exposição no Shopping Center Lapa até o final de semana.
A mesa da sessão especial também foi composta pelo presidente da Ser Down Bahia, Francisco Alves Nascimento Filho, a especialista em Educação Inclusiva e supervisora educacional da Secretaria Municipal de Educação, Teresa Cristina Sousa.