Lula com ex-presidente Dilma em Monteiro na PB (Com Estadão)
Da Redação , Salvador |
19/03/2017 às 18:07
Lula ergue o braço de Dilma em Monteiro, PB
Foto: Ricardo Stuckter
A ex-presidente Dilma Rousseff chamou de "mentira" a inauguração feita na semana passada pelo governo federal da transposição do Rio São Francisco, na Paraíba. Ao lado de Lula e do governador Ricardo Coutinho em um palco montado às margens da obra, Dilma disse que não haverá "tapetão" nas eleições de 2018.
"Não vamos permitir um segundo golpe. O objetivo deles é impedir que candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é esse candidato", afirmou Dilma. "No tapetão, não", completou a ex-presidente dizendo que os brasileiros têm um encontro marcado com a democracia em outubro de 2018.
No discurso feito a uma multidão na cidade de Monteiro, Dilma afirmou que o projeto da construção foi de Lula para contrapor ao discurso do presidente Michel Temer de "paternidade" da obra.
"Eu tenho a honra de ter dado prosseguimento ao projeto que Lula deixou pronto. E esse País assistiu a mais uma mentira depois do meu impeachment. Vejam vocês a cara de pau em dizerem que uma obra de transposição desse tamanho podia ser feita em seis meses. Esses que deram o golpe baseado numa mentira. Essa obra não é só um canal, é trazer a água lá de baixo por seis estações que correspondem a 92 andares. Alguém já viu um prédio de 92 andares ser construído em seis meses? Ninguém, porque é mentira", disse Dilma respondendo ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.
Na sexta-feira, Moreira Franco usou o Twitter para rebater a entrevista de Dilma ao jornal Valor Econômico. A ex-presidente afirmou que impediu o ministro de "roubar" em seu mandato. Na rede social, o ministro escreveu: "Em 6 anos, Dilma não conseguiu entregar as obras de transposição do Rio São Francisco. Nós entregamos em 6 meses".
Temer esteve na semana passada na inauguração da obra e, na ocasião, afirmou que não quer ter a paternidade da transposição do Rio São Francisco. "Não quero a paternidade dessa obra, ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino", disse, em uma indireta ao ex-presidente Lula, em cujo governo foi iniciada a construção do canal.