Veja polêmica sobre o PL "Escola Sem Partido"
Da Redação , Salvador |
16/03/2017 às 13:11
Vereador Aleluia, autor do PL "Escola sem Partido"
Foto:
O líder do DEM na Câmara Municipal de Salvador, Alexandre Aleluia, afirmou, nesta quinta-feira (16), que o deputado federal Bacelar (PTN) continua não sabendo o que é o projeto Escola Sem Partido. "Só posso imaginar isso, que o deputado não leu o projeto", disse o vereador, em resposta à posição do parlamentar sobre a aprovação da medida em Salvador.
"Acusam o projeto daquilo que ele busca combater. O Escola Sem Partido busca justamente ampliar o debate. Um dos pontos da proposta diz que 'ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa - isto é, com a mesma profundidade e seriedade - as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito'. Qual autoritarismo há nisso?", questionou o democrata.
O líder do DEM salientou que o projeto incomoda justamente quem sempre se beneficiou com a doutrinação e com a manutenção de um discurso único no sistema de ensino brasileiro. "Há muitos teóricos, muitas visões de mundo, muitos aspectos da realidade que são ignorados pelos alunos porque os professores não lhes apresentam", comentou Alexandre Aleluia.
O QUE DIZ O DEPUTADO BACELAR
O presidente do PTN na Bahia, deputado federal Bacelar, repudiou a aprovação do projeto de indicação à prefeitura, que é uma das bases para a implantação da " Escola sem Partido" em Salvador, ontem, na Câmara Municipal. A iniciativa do vereador Alexandre Aleluia ( DEM) foi chamada por Bacelar de "traição aos professores", em referência à matéria ter sido aprovada no dia em que categoria fez uma paralisação nacional contra a reforma da Previdência e outras medidas do governo que prejudicariam o magistério.
O deputado foi duro nas críticas à proposta e mandou um recado ao prefeito ACM Neto (DEM). "Mesmo sendo apenas uma indicação, que não tem força de lei, é de causar indignação a aprovação desse projeto, em um dia de luta dos professores, de quem a tal ' Escola sem Partido' quer tirar a liberdade em sala de aula. É um retrocesso na educação, que fere princípios democráticos e nega ao estudante uma visão crítica do mundo. Essa coisa que os conservadores tanto defendem representa o atraso e tem espírito autoritário. Precisamos impedir que o prefeito siga esta indicação do vereador da sua base".
APROVAÇÃO É RETROCESSO
O vereador Sidninho (PTN), presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal considerou um retrocesso a aprovação nessa quarta (15) do projeto de indicação para que as escolas municipais de Salvador fixem cartazes nas salas de aula informando direitos e deveres dos professores. A matéria é base para o polêmico projeto Escola Sem Partido, que vem sendo discutido também no Congresso Nacional. “A proposta determina a robotização dos docentes, que serão impedidos de contribuir com a formação crítica dos alunos e passarão a repetidores dos assuntos ditados nos livros. Não podemos colaborar para que nossos jovens estejam à margem da realidade, da ciência e da história real”, contesta Sidninho.
"Existe uma grande diferença entre indicação e Projeto de Lei. A aprovação da indicação segue como sugestão ao Executivo, e com certeza vai figurar como prêmio de consolo, aos conservadores que desconhecem a realidade da educação no Brasil.”
