Apesar de ser comemorado no dia 8 de março o Dia Internacional da Mulher será homenageado pela Câmara de Salvador na próxima sexta-feira, 17, numa sessão solene, às 9 horas, no plenário Cosme de Farias. Serão debatidos durante o encontro temas como as ações de combate à violência, participação das mulheres no mercado de trabalho e fortalecimento dos movimentos em defesa da igualdade.
“As mulheres são a maioria nas faculdades, assim como nas aprovações em concursos públicos. Entretanto, no mercado de trabalho, ao desempenhar as mesmas funções que os homens, seus honorários são menores”, afirma a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher , vereadora Aladilce Souza (PCdoB).
Ela destaca ainda que as mulheres são minoria em funções de comando nas empresas: “Temos um número muito inferior de mulheres em funções gerenciais no setor privado”. Em sua opinião há também uma sub-representação das mulheres nos parlamentos brasileiros, cerca de 10% nas assembleias legislativas e um número um pouco maior nas câmaras municipais.
Para a comunista a reforma da Previdência Social é “extremamente maléfica para as mulheres”. Em tramitação no Congresso Nacional, a proposta do Governo Federal extingue o benefício das mulheres se aposentarem com 55 anos e uma contribuição previdenciária de 49 anos.
Ela protesta também contra a reforma trabalhista, por priorizar as negociações entre empregadores e trabalhadores em detrimento dos direitos assegurados através da CLT. A seu ver “essa alteração prejudica os trabalhadores devido ao poder de negociação dos patrões nas rodadas de discussão”.
De acordo com levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil, ou seja, mais de cinco sofrem violência sexual por hora no país. Além disso, o Ministério da Saúde estima que, em 2016, 13 mulheres foram assassinadas por dia. Já os atendimentos do serviço 180 aumentaram 51,3% (passaram de 9.024 em 2015 para 1.133.345 no ano passado), sendo que a maior parte das vítimas registradas na central são mulheres negras (60,53%).
Além da violência, são as mulheres que mais sofrem os impactos da falta de emprego. Em Salvador, a taxa de desemprego feminina cresceu de 20,5% para 26,0% no ano passado, segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Salvador (PED-RMS). Ainda de acordo com a pesquisa, 25 mil postos de trabalho para as mulheres foram reduzidos, sendo que as mais afetadas estão entre aquelas com nível de instrução menor ou igual ao médio incompleto.
Hora do Planeta
A CMS vai se engajar também à Hora do Planeta, movimento mundial, comandado pela ONG World Wildlife Fund (WWF) no próximo dia 25. Estão sendo convocadas pessoas e instituições a desligarem as luzes de suas residências, empresas e órgãos públicos durante 60 minutos “a fim de demonstrarem preocupação com o aquecimento global”. O evento conta com a adesão de milhares de cidades em mais de 150 países. Na ocasião, as luzes externas do Paço Municipal serão desligadas.
A capital baiana participa da iniciativa desde 2009 e, numa ação da prefeitura, são desligadas as luzes de monumentos como o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo. Em nível nacional, a Hora do Planeta, em 2016, teve a adesão de 156 cidades, sendo 25 capitais.