Política

Declarações de Kannário no Carnaval dominam polêmica na Câmara de SSA

Governistas não quiseram alimentar debates e derrubaram a sessão
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 06/03/2017 às 21:36
Kannário: no centro da polêmica
Foto: Valdemiro Lopes

Ainda em ritmo de ressaca do Carnaval a sessão ordinária desta segunda-feira, 6, na Câmara de Salvador, teve como foco principal as declarações do cantor e vereador Igor Kannário (PHS), feitas em cima do trio elétrico, sobre a existência de crime organizado na Casa legislativa. Na verdade, o assunto foi a maior responsável pela queda do quórum, pois os integrantes da bancada governistas foram saindo de fininho quando a polêmica começou a esquentar.

Kannário compareceu ao plenário, mas apenas para marcar presença no painel e se confraternizar e tirar “selfies” com uns poucos admiradores na galeria, saindo logo em seguida, evitando a imprensa. Coube a seu líder partidário, Teo Senna, fazer a defesa, garantindo que as palavras do artista expressaram uma opinião pessoal e mesmo assim dentro do contexto da política nacional, que, a seu ver, passa por uma grande crise. Apesar disso, reconheceu ter sido um pronunciamento infeliz, sobre o qual seu autor já está arrependido.

À própria sorte

O líder da oposição, José Trindade (PSL), falou na qualidade de procurador parlamentar da CMS, anunciando ter entrado, na última sexta-feira, com uma representação no Ministério Público Estadual com o objetivo de defender a imagem da instituição. Mas não perdeu a oportunidade de alfinetar o prefeito, afirmando que os oposicionistas não se sentiram ofendidos com as palavras do colega parlamentar.

Segundo ele, na hipótese improvável de serem verdadeiras as acusações, quem estaria à frente de uma organização criminosa na Câmara não seria a minoria (oposição), e sim a maioria (situação), cujo chefe é ACM Neto. Criticou o democrata e sua bancada por terem “abandonado” Kannário à própria sorte, a ponto de ter sido evitado durante os dias de momo, após suas declarações. Em sua opinião o novo edil foi “inventado” pelos governistas por sua capacidade de atrair votos, mas passada a eleição perdeu a utilidade e foi descartado.