Os vereadores Aladilce Souza (PCdoB) e Sílvio Humberto (PSB) foram designados pelo presidente da Câmara de Salvador, Leo Prates (DEM) para coordenar dois projetos que serão retomados nesta legislatura. Os edis ficarão à frente, respectivamente, da Câmara Itinerante e do Selo Editorial Castro Alves.
O primeiro deles faz parte da política de aproximar o Legislativo Municipal da população, levando para os diversos bairros os debates e votações de projetos do interesse dos cidadãos da cidade.
O segundo foi criado através de um projeto de resolução de Everaldo Augusto (PCdoB) e tem objetivo de editar e publicar, prioritariamente, obras de escritores baianos em formatos impresso e digital para acesso pela internet, versões em braile e áudio-livro. Serão, no mínimo, duas publicações por semestre. Quarenta por cento da tiragem ficará para o autor e o restante para a Câmara distribuir aos órgãos ligados à fomentação da cultura.
Demanda atendida
De acordo com Aladilce a itinerância foi uma das demandas que a bancada da oposição a Prates na época de sua candidatura à presidência. O objetivo é democratizar ainda mais o Legislativo e aproximar a população de Salvador dos seus representantes municipais: “Muitas vezes, a Câmara parece ser uma ilha, onde são tomadas decisões que definem o futuro da cidade, mas sem a devida participação popular. Com isso esperamos atrair a sociedade para influenciar as discussões e os projetos votados pelos vereadores”.
A seu ver a iniciativa pode ser também um instrumento para repensar a relação das instituições e dos políticos com a sociedade. Para ela o distanciamento da população com a política é um fator que contribui para generalizações e preconceitos sobre a classe política e o descrédito das instituições.
“Após o Golpe de 2016, nossas instituições democráticas foram abaladas. Cabe a nós, representantes legítimos, dar uma resposta à sociedade, mostrando que as mudanças só acontecerão através da política. Mas para isso, é necessária a participação popular. Nessa perspectiva que pretendemos pensar o modelo da Câmara Itinerante”, concluiu.