O vereador Moisés Rocha (PT) se disse surpreendido com o anúncio de um possível cancelamento do desfile de alguns blocos do Carnaval de Salvador por conta de cartazes de propaganda afixados irregularmente na cidade. A punição foi solicitada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), de que solicitaria à Empresa Salvador Turismo (Saltur) e ao Conselho do Carnaval (Comcar).
Uma dessas agremiações seria o Alerta Geral. O petista apelou, durante a sessão ordinária dessa quarta-feira, 8 ao secretário Guilherme Bellintani, para que a penalidade seja imposta aos responsáveis pela publicidade e não ao desfile.
“Se alguém cometeu infração, que seja punido. Mas impedir o desfile vai ferir de morte o carnaval do Centro da cidade, sobretudo a Quinta do Samba e a sexta-feira. O Alerta Geral é um dos mais tradicionais blocos de samba de Salvador, não pode ficar de fora da festa, é uma entidade que ainda mantém a chama da cultura popular”, argumentou.
Blocos afro ameaçados
O edil defendeu também o apoio aos blocos afro, ameaçados de não sair este ano por falta de patrocínio: “Não é justo que entidades como Ilê Aiyê, Olodum, Muzenza, entre outras, enfrente crise financeira todos os anos e a incerteza de poder desfilar. É inaceitável que as grandes cervejarias, por exemplo, não invistam nos blocos de matriz africana”.
Ele sugere que das cotas de patrocínio da festa seja reservado um percentual para os blocos afro. “E a Câmara tem que discutir o assunto e apontar alternativas”, frisou, defendendo que o tema seja abordado pela nova Comissão de Cultura criada na Casa. O colega Sílvio Humberto (PSB), apontado como provável presidente do colegiado, concordou: “A base da Axé Music está nos blocos afro e é impressionante que a cada Carnaval somos sempre nós que estamos com o pires na mão”.