SITUAÇÃO CRÍTICA NO LOCLAL
Da Redação , Salvador |
18/12/2016 às 12:07
Árvore fez estragos enormes
Foto: GS
Representantes de órgãos públicos, Terreiros e da sociedade civil cobram da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e da prefeitura de Salvador ações concretas para preservar o conjunto arquitetônico do Alaketu (Ilê Maroialajé), em Luís Anselmo. “Há muito tempo o Alaketu vem solicitando as intervenções do IPHAN e da prefeitura, no sentido de podar e preservar o Iroko, árvore sagrada do Candomblé. Há duas semanas a árvore caiu sobre três casas, causando um óbito, o que provocou tensão entre a comunidade e o terreiro”, conta o vereador Gilmar Santiago (PT), que participou de uma reunião, sexta-feira (16), na qual representantes de outros terreiros, de órgãos públicos e da sociedade civil se uniram em busca de soluções.
O Alaketu foi tombado pelo IPHAN há cerca de onze anos. O órgão federal alega não ter recursos para reformar o terreiro e que o Iroko não faz parte do tombamento, o que é contestado por especialistas que afirmam que o ato abrange toda a área. Para o coordenador do Conselho de Entidades Negras (CEN), Marcos Rezende, o desinteresse do IPHAN e da prefeitura é característico do racismo institucional, pelo fato de ser um terreiro. Dois princípios de incêndio foram registrados nos fundos do terreiro e a tensão chegou ao ponto de os responsáveis pelo Alaketu terem que acionar a Polícia Militar. “É preciso lembrar que a comunidade se beneficia da existência do terreiro. Quando solicitamos melhorias como luz, asfalto, poda de vegetação e outras intervenções, o Alaketu é colocado como referência. Além disso, ao longo dos anos áreas do terreiro foram ocupadas”, destaca Gilmar.
Entre as sugestões apresentadas para minimizar o prejuízo das famílias atingidas pela queda da árvore estão uma triagem para possível ampliação do aluguel social e a inscrição no programa Minha Casa, Minha Vida. O vereador Sílvio Humberto (PSB), a ouvidora da Defensoria Pública Estadual, Vilma Reis, representantes dos terreiros Tumba Junsara e Casa Branca, entre outros, e da Secretaria Estadual da promoção da Igualdade Racial (Sepromi) também participaram da reunião.