Uma moção de repúdio contra a decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, discriminalizando a prática do aborto até o terceiro mês de gestação, foi apresentada pelo líder do governo na Câmara de Salvador, vereador Joceval Rodrigues (PPS).
“É triste que se faça necessário, mais uma vez, cumprindo com meu dever de cristão eleito pela sociedade soteropolitana, para lutar pelos ideais de vida plena, indo em defesa desta acima de qualquer argumento contra, manifestar meu repúdio em razão de mais uma decisão de uma turma do Órgão Supremo da Justiça Brasileira”, afirmou.
Ainda segundo ele o valor de uma sociedade, se mostra por sua capacidade de amparar os mais fracos: “O aborto é um desrespeito à vida, uma das maiores violências contra o ser humano”.
“Não matarás”
Na opinião do edil em primeiro lugar é preciso observar o princípio bíblico “não matarás”. E questiona: “Se lidarmos com um embrião considerando que não é plenamente humano, o que é então? É subumano? Pode ser tratado como um apêndice, uma extensão descartável do corpo da mãe?”. No texto da Moção o socialista argumenta que “um neném não nascido é uma obra de Deus, que aumenta enquanto se desenvolve”.
Para ele, Deus é autor e controlador da vida: “E querer matar uma vida embrionária, que é preciosa para Deus, é crime”. Joceval diz não entender as razões que levam a Justiça a condenar à morte, sem direito a defesa, aqueles a quem ela deveria defender, por serem os mais fracos e excluídos.
“Por que a Justiça assegura os direitos patrimoniais do futuro indivíduo desde a concepção, e, incoerentemente, não usa o mesmo critério para assegurar o direito ao seu bem maior que é a vida? Gostaria muito que alguém me fizesse entender quais as razões que leva alguns médicos a gerar a dor e morte, quando deveriam lutar pela vida”, enfatiza.
O aborto, declara, “é e sempre será um crime contra a vida, devendo ser passivo de punição severa, um ato que deve ser intolerável, porque não há justificativa palatável, e não é uma saída para solução da saúde da mulher”. Em vez de propor o aborto, sugere Joceval, “por que não inserir na pauta da discussão o planejamento familiar, informações de como funciona o corpo da mulher, orientação à adolescência sobre a prática do sexo responsável, o momento ideal para a prática do sexo?”.
As instituições, a imprensa e a Justiça brasileira, defende o vereador, deveriam refletir sobre o que está por trás do aborto. “São jovens que engravidam de maneira irresponsável; mulheres casadas que têm relação extraconjugal; homens casados que se envolvem com outras mulheres, que engravidam e forçam essas mulheres à prática do aborto. A sociedade vive num processo de degeneração total, a vida não vale mais nada, os verdadeiros valores foram esquecidos por essa geração, os bons atos e costumes foram deixados na lata do lixo, e é por este motivo que, como cristão, pai de família, me sinto na obrigação de exprimir meu, ainda que pequeno diante da situação vivida, repúdio”, declara.