A polêmica sofre fim da vaquejada esquenta
Da Redação , Salvador |
08/10/2016 às 18:46
Marcell Moraes é deputado pelo PV
Foto: DIV
O deputado estadual Alex Lima (PTN) se posicionou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar inconstitucional a regulamentação da prática de vaquejada no país. De acordo com o deputado, a prática é genuinamente nordestina e deve ser defendida como cultura, esporte e entretenimento.
É uma tradição cultural que pulsa no peito de cada nordestino. Se for nessa linha, o que dizer dos jumentos que carregam água para matar a sede dos nordestinos, e quando não existiam máquinas, eram animais que "aravam " as terras para produção do alimento?", questionou o parlamentar, ressaltando ainda ser contra qualquer tipo de agressão aos animais.
"Não compactuo com qualquer ação que cause danos aos animais, mas não regulamentar uma atividade de extrema importância cultural e econômica para o país é um retrocesso", afirmou.
Por 6 votos a 5, os ministros consideraram que a atividade fere princípios constitucionais de preservação do meio ambiente. Já o governo do Ceará, primeiro estado que tentou regulamentar a atividade, garante que a vaquejada faz parte da cultura regional e que se trata de uma atividade econômica importante e movimenta cerca de R$ 14 milhões por ano.
AFETA A BAHIA
O deputado estadual Marcell Moraes (PV) explicou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regularização das vaquejadas também afeta a Bahia, apesar de estar relacionada a uma lei do estado do Ceará.
Apesar do deputado estadual Eduardo Salles afirmar que a decisão afetou apenas o Ceará, Marcell garante que na Bahia a prática também será afetada. “O STF julgou ontem que não poderia regular algo que ferisse a Constituição. Entendeu que não devemos maltratar os animais, que a vaquejada é maus tratos e que não poderia regulamentar algo ilegal. Obviamente, eles vão se prender a esse tema de que foi de uma lei no Ceará. Mas os animais da Bahia não sofrem?”, questionou o parlamentar do PV.
Segundo Moraes, não se pode dizer que as vaquejadas foram proibidas com a decisão, mas que o Ministério Público poderá ser provocado para impedir a realização dos eventos. “Eles querem regulamentar um esporte ilegal. Eu não tenho dúvida que vale para a Bahia. É uma conquista para toda a sociedade, que passou a entender a importância de proteger os animais. A sociedade começou a entender que o esporte é quando os dois participantes querem participar. O boi não quer participar daquilo”, completou.