Política

OPERAÇÃO HIDRA DE LERNA: Oposição cobra de Rui resposta sobre o tema

Lider da oposição diz que é preciso abordar o assunto de frente
Tasso Franco , da redação em Salvador | 05/10/2016 às 09:23
Danielle Fontelles
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   Ainda sobre a "Operação Hidra de Lerna", segundo a Folha de SP, a publicitária Danielle Fontelles, da Papper Comunicação, afirmou a Polícia Federal, que houve negociações o então candidato a governador da Bahia, Rui Costa, através do tesoureiro da campanha, Carlos Martins, atual Secretário de Desenvolvimento Urbano do Estado, que lhe propôs a negociação do pagamento de um valor acertado de R$1,9 milhão.

   Segundo ela, desse total R$ 633 mil seriam custeados oficialmente pela campanha (apenas R$ 125 mil foram efetivamente desembolsados), outros R$ 725 mil seriam bancados pela OAS e os R$ 502 mil restantes seriam pagos, por uma outra fonte ainda a ser definida, mas fora da contabilidade oficial. A delatora disse que o débito nunca foi quitado.

   Danielle disse  ainda que o valor era superfaturado e os serviços realizados pela agência corresponderam a cerca de 30% do valor do contrato. Na investigação, a PF confirmou que a OAS assinou, por meio do executivo Charles Maia Galvão, um contrato de R$ 725 mil com a Pepper.

   A oposição na Assembleia Legislativa da Bahia cobrou um posicionamento do governador Rui Costa (PT) sobre informações da delação premiada da empresária Danielle Fonteles, entendendo que a nota enviada por ele à imprensa é vaga, sem tratar do assunto especificamente. 

   “O governador Rui Costa precisa explicar oficialmente à população as graves denúncias relatadas pela empresária. O povo baiano e principalmente quem o elegeu como gestor da Bahia, merece e aguarda um posicionamento sobre essa questão”, disse o deputado Sandro Régis (DEM), líder da bancada da minoria.

   No início de março, uma reportagem da revista Veja afirmou que a Polícia Federal havia apreendido uma nota fiscal que apontaria um repasse de R$ 255 mil da OAS à Pepper para saldar clandestinamente dívidas da campanha do PT baiano. 

  – No mesmo depoimento da empresária, prestado à Operação Acrônimo, o principal ponto delatado pela dona da Pepper foi o recebimento, pela agência, de R$ 6,1 milhões pela campanha Dilma, em 2010.

 HIDRA DE LERNA

Operação Hidra de Lerna. A ação, que no total cumpre 16 mandados de busca e apreensão, investiga um esquema de financiamento ilegal de campanhas políticas na Bahia e outro de fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades.

A empreiteira OAS e um diretório do PT na Bahia são alvo da investigação.

Os mandados, em razão do foro por prerrogativa de função de investigados, foram todos deferidos pela Ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A PF cumpre mandados na Bahia, no Distrito Federal e Rio de Janeiro.

A Operação Hidra de Lerna deriva de três colaborações de investigados na Operação Acrônimo, já homologadas pela Justiça e em contínuo processo de validação pela Polícia Federal, e tem como origem dois novos inquéritos em tramitação no STJ. A distribuição entre os ministros da Corte ocorreu de forma automática.

De acordo com a PF, uma das linhas de investigação recai sobre supostos esquemas para financiar ilegalmente campanhas eleitorais. A empreiteira sob investigação teria contratado de maneira fictícia empresas do ramo de comunicação especializadas na realização de campanhas políticas, remunerando serviços prestados a partidos políticos e não à empresa do ramo de construção civil.

Em outra direção, a Federal pretende investigar a ocorrência de fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades.

Hidra de Lerna

O nome da operação, segundo a PF, se refere à “monstruosa figura da mitologia helênica, que ao ter a cabeça cortada ressurge com duas cabeças.” “A Operação Acrônimo, ao chegar a um dos líderes de uma Organização Criminosa, se deparou com uma investigação que se desdobra e exige a abertura de dois novos inquéritos”, explica a Polícia Federal.