Política

MORRE de câncer a presidente da Força Sindical Bahia, Nair Goulart

Perda expressiva para o sindicalismo
Tasso Franco , da redação em Salvador | 07/09/2016 às 11:27
Naior Goulart na posse do Codes, na época do governo Wagner
Foto: DIV
    Vitima de câncer morre a presidente da Força Sindical da Bahia, Nair Goulart. A senadora Lidice da Mata e outros políticos lamentam a perda de Nair em mensagens nas redes sociais. Dirigente sindical licenciado da APLB/Sindicato, Claudemir Nonato, o Pig, frisou que “o sindicalismo no Brasil chora hoje a perda de uma mulher guerreira, pioneira e militante genuína. Meus sentimentos à família de Nair Goulart; que foi uma grande guerreira da classe trabalhadora brasileira”.

   Segundo dados do Sintepav/Bahia, A história de vida de Nair Goulart emociona. Aos 12 anos já trabalhava como empregada doméstica para ajudar a família. Foi no grupo de jovens da igreja que conheceu vários militantes de esquerda, passou a ler os clássicos e a entender mais sobre a luta de classes entre trabalhadores e patrões.

A coragem e a determinação são marcas vivas de Nair, que iniciou sua vida política na década de 70, período em que ingressou em uma organização marxista em Divinópolis, Minas Gerais. O Brasil vivia a fase mais repressiva da ditadura militar, mas Nair mergulhou de corpo e alma na luta em favor da liberdade.

De Minas para São Paulo, para trabalhar na metalúrgica DF Vasconcelos, onde pôde perceber o quanto as mulheres sofriam discriminação e preconceito no mercado de trabalho. Foi pioneira na luta sindical por melhores condições de trabalho. Mais tarde, quando trabalhava na linha de montagem da Caloi, continuou a protestar contra as injustiças. A maioria dos operários na linha de montagem das rodas eram mulheres, que justamente tinham os mais baixos salários da fábrica.

A luta continuou. Nair participou de importantes momentos, como o 1º Congresso de Mulheres Trabalhadoras Metalúrgicas de São Paulo, além de ter sido a primeira mulher eleita diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. No Sindicato viveu um período riquíssimo, com a luta pela democracia, com o Movimento Diretas-Já.

Já no Estado Democrático, foi nomeada pelo Presidente da República para o 1º Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Depois, foi eleita Secretária de Políticas para Mulheres da Força Sindical, e presidenta do Comitê de Mulheres Trabalhadoras das Américas.

Participou ativamente do processo de organização das centrais sindicais, com importante participação na fundação da Força Sindical, uma entidade democrática, pluralista, voltada para o trabalhador.

Atual Presidente Adjunta da CSI – (Confederação Sindical Internacional) e presidente da Força Sindical da Bahia  que ajudou a organizar em 2000, ela participa ativamente da luta dos trabalhadores do campo e da cidade por mais dignidade e melhores condições de vida.