Política

Vereadores petistas criticam políticas que mantêm discriminação racial

Gilmar Santiago e Vânia Galvãoi defendem o fim da discriminação racial no Brasil
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 05/08/2016 às 22:02
Gilmar Santiago e Vânia Galvão
Foto: LB

A discriminação racial foi tema de pronunciamentos de dois vereadores do PT. Para Gilmar Santiago (PT) a solução para o problema da violência que atinge o povo negro depende um novo padrão de desenvolvimento econômico e social, capaz de reduzir a desigualdade e promover a ascensão social de parcelas cada vez maiores da população negra.

Segundo ele a juventude negra “sofre com o genocídio resultante da desigualdade e da exclusão por conta do racismo, principal elemento estruturador dessa desigualdade”. Assim, ele defende a construção de mecanismos participativos, onde cada vez mais negras e negros comprometidos com essa agenda de transformações assumam postos e espaços representativos em diversas esferas do Poder Público.

Afronta à cultura

Já a líder petista na Câmara de Salvador e presidente da Comissão de Reparação da Casa, Vânia Galvão, fez severas críticas à nova norma do Governo Federal, publicada no último dia 1º, no Diário Oficial da União, estabelecendo como critério de comprovação racial em concursos públicos a aparência física dos candidatos: “Essa determinação desse governo golpista, é uma afronta à cultura brasileira, somos mestiços, miscigenados e a nossa etnia não pode ser limitada à cor da pela ou a aspectos físicos”.

Em sua opinião o dispositivo é um mecanismo para eliminar a formação de entidades afrobrasileiras no país e reduzir a importância da cultura negra para a nação: “Estão tentando fazer com que negros de pele branca neguem suas origens, isso é segregador, um retrocesso ao período colonial, temos que ir às ruas e nos mobilizar contra mais essa atrocidade dessa facção política golpista”.

Viva a Uneb

A vereadora é autora também do pedido de sessão especial para homenagear os 33 anos da Universidade do Estado da Bahia. A solenidade acontecerá na próxima quarta-feira, 10, às 9h30min, no Plenário Cosme de Farias. “Daremos destaque também ao projeto de ampliação da universidade para o Subúrbio Ferroviário”, revela.

Fundada em 1983 a instituição é mantida pela Secretaria da Educação do Estado. Possui 29 departamentos instalados em 24 campi de ensino, distribuídos em importantes municípios da Bahia. Oferece mais de 150 cursos de graduação e pós-graduação por meio de ensino presencial e de educação à distância.

Ela foi criada pela junção de outras faculdades, centros e núcleos de educação entre as quais se destacam as Faculdades de Agronomia do Médio São Francisco (Juazeiro), de Filosofia, Ciências e Letras (Juazeiro), de Filosofia, Ciências e Letras (Caetité) e de Formação de Professores (Alagoinhas, Jacobina e Santo Antônio de Jesus), o Centro de Educação Técnica da Bahia e os Núcleos de Ensino Superior de Paulo Afonso, Teixeira de Freitas e Barreiras.

Cidadãos de rua

A edil petista participou também de uma discussão, na tarde de quarta-feira, 3 sobre empregabilidade para os cidadãos em situação de rua, no auditório da Escola da Defensoria Pública (Esdep), no Canela. “Precisamos criar condições para que a população em situação de rua possa usufruir de serviços básicos que assegurem a cidadania”, disse ela.

Durante o evento “Conversa de Rua”, que contou com a presença da coordenadora do Movimento da População em Situação de Rua, Maria Lúcia Pereira, além de defensores públicos, a legisladora ressaltou a importância do projeto aprovado na Casa, de sua autoria, que recomenda que um percentual dos postos de trabalho nas licitações do governo estadual, da prefeitura e da própria Câmara seja preenchido por pessoas em situação de rua. O projeto está disponível no blog da vereadora (vaninhapt.blogspot.com.br).

Falta de creches

Sobre a pequena quantidade de creches em Salvador Vânia declarou que ela é decorrente da “negligência da atual gestão, já que o prefeito ACM Neto, em quatro anos não se mobilizou para a captação de recursos voltados para o fim”.

O pronunciamento foi feito durante um evento sobre “Monitoramento das políticas de primeira infância e os impactos na vida das mulheres negras”, ocorrido no último dia 29, no Parque São Bartolomeu, em Pirajá.

De acordo com a Central das Creches do Brasil a capital baiana tem mais de 145 mil crianças de 0 a cinco anos dependentes do serviço. “Além da educação e promoção do desenvolvimento cognitivo das crianças, as creches são possibilitam que as mães trabalhem fora de casa, ampliando a renda familiar”, considera.