Política

Vereadores protestam contra casos de violência contra mulheres e gays

Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher definiu uma série de ações de protesto
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 11/07/2016 às 19:16
A cantora (de azul, ao fundo) participou da reunião
Foto: Antonio Queirós

Vereadores de Salvador protestam contra os recentes casos de violência ocorridos na capital baiana. A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da CMS se reuniu na manhã desta segunda-feira, 11, para definir ações de enfrentamento a violência contra as mulheres, e prestar apoio à cantora Aiace Felix, agredida por um motorista de taxi, no bairro Rio Vermelho, no dia 3 de julho.

Para a presidente do colegiado, Aladilce Souza (PCdoB), a agressão representa uma violação dos direitos das mulheres, da liberdade de ir e vir, e do respeito à sua condição: “O crime atinge todas nós, precisa ser apurado, não toleramos mais a crescente onda de agressões e impunidade, daremos todo o apoio necessário a ela e vamos acompanhar as investigações”.

A cantora participou da reunião e relatou os fatos e os atendimentos recebidos na Delegacia Especial de Atenção à Mulher de Brotas (Deam) e na 7ª Delegacia, no Rio Vermelho: “Este olhar da Deam é reduzido, não pude registrar queixa lá porque não foi um caso de violência doméstica, tive de me deslocar para outra delegacia, quando lá deveria ter exame de corpo de delito e todo o apoio necessário. O sistema não oferece meios, tudo é feito para desencorajar as mulheres denunciarem. Precisamos gritar contra a violência”. Ela pretende apoiar iniciativas que estimulem outras mulheres denunciarem casos similares e atuem nas comunidades, na prevenção à violência de gênero.

Mulheres em debate

A Comissão definiu providências junto aos órgãos responsáveis pela apuração do crime e pela concessão de alvará para o agressor dirigir taxi. Também será realizada mais uma edição do projeto “Mulheres em debate”, dia 22, com a presença da cantora e de grupos de mulheres que tem ações de resistência e combatem a violência e o machismo.

Vânia Galvão (PT) e Silvio Humberto (PSB) chamaram atenção para a necessidade de ampliar o debate sobre a prevenção da violência contra as mulheres no ambiente escolar, e lamentaram a exclusão da temática de gênero nos planos estadual e municipal de educação. “A onda conservadora que atinge o país contribui para essa intolerância com as diferenças e ameaça um convívio de respeito às mulheres”, afirmou a petista.

Homofobia

Vânia (presidente da Comissão de Reparação da Casa) e o também petista Gilmar Santiago lamentaram a morte do estudante Leonardo Moura, na manhã de segunda-feira, dia 11, e reafirma a necessidade da inclusão do estudo de gênero nas escolas municipais.

“Mais um jovem é assassinado brutalmente em Salvador por conta de sua sexualidade; não podemos mais conviver com isso; ou educamos nossas crianças, adolescentes e demais setores sociais ou vamos permanecer convivendo com episódios desumanos como este”, disse ela.

“Estamos solicitando à polícia a apuração do caso, para que os responsáveis sejam punidos”, afirmou Gilmar.