O mundo da política tem várias leituras para esse episódio com consequências em 2018
Tasso Franco , da redação em Salvador |
11/07/2016 às 16:09
Lidice da Mata está fora da sucessão em Salvador como candidata a prefeita
Foto: AG SENADO
A desistência da candidatura da senadora Lidice da Mata (PSB) a prefeita da capital, em 2016, apelo que teria sido feito pelo governador Rui Costa à socialista para enfrentar ACM Neto, uma vez que seu partido, o PT, não tem um nome com densidade eleitoral, permite várias leituras para esse episódio.
O primeiro deles é que, praticamente obriga o PT a lançar um candidato a prefeito na capital, sob pena de passar para a opinião pública a imagem de um partido muito fragilizado, o que poderá prejudicá-lo tanto nas eleições proporcionais (eleição dos vereadores) de 2016, na capital, quanto nas eleições de 2018, para governador.
A politica é uma teia de aranha e quando uma dessas pernas quebra no percurso de um processo eleitoral para refazer o estrago às vezes, demora muito tempo.
Imaginar que o PT, partido (salvo exceções) que nunca quis Alice Portugal (PCdoB) na cabeça da chapa vai fazer uma 'mea-culpa' com a desistência de Lidice e apoiá-la de corpo de alma, parece improvável.
Também imaginar que Alice vai renunciar ao seu pleito para conseguir, na ótica de Lidice, a tão almejada unidade, é improvável. Alice e o PCdoB estão firmes e certos nos seus objetivos na medida em que, se servem para apoiar; um dia servia também para ser apoiado.
Mais uma leitura é seguinte: com a desistência de Lidice e ela sendo senadora, a socialista vai entrar na campanha de Alice; vai ficar neutra na majoritária trabalhando só para os seus candidatos a vereadores na proporcional; e/ou vai apoiar o candidato do PT, se houver?
São questões que serão resolvidas ao longo do processo eleitoral porque ninguém pode ficar de fora numa eleição dessa natureza senão ACM Neto se reelege fácil e faz uma bancada na Câmara, da tal magnitude, que afogará a oposição.
Uma outra leitura é como o governador vai encarar a desistência de Lidice, aos olhos do segmento político ele teria sido o mentor da idéia de Lidice candidata a prefeitura, uma vez que ela sonha e trabalha para sua reeleição a senadora. Uma desistência dessas pesa no processo de 2018.
Em tese simplista, mas, também realista, Rui pode dizer assim (lá adiante) já que você não me ajudou, em 2016, agora não tenho como ajudá-la.
A última leitura, por agora, é política uma vez que Lidice - de acordo com as pesquisas até então divulgadas - era a possível candidata que poderia levar o pleito da capaital para um segundo turno.
Outras aálises poderão ser feitas a partir do resultado das eleições na capital e no Estado e diante do conclusivo (ou não) impeachment de Dilma. Lidice, com ou sem desistência tem peso politico em Brasil e 1 voto 'dilmista' no Senado.
Portanto, mesmo diante de uma situação política complicada para o PT, na capital, Lidice tem que ser tratada com todo cuidado e carinho.