Política

Euvaldo Jorge critica fechamento de serviços de saúde em Salvador

Queixas do vereador são sobre o Hospital Octávio Mangabeira, Juliano Moreira e Mário Leal
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 08/07/2016 às 22:49
Euvaldo: críticas à atuação da Sesab
Foto: LB

A desativação do centro cirúrgico do Hospital Estadual Octávio Mangabeira (HEOM), confirmada pela Superintendência de Atenção Integral à Saúde (Sais) do Estado, foi criticada pelo vereador Euvaldo Jorge (PPS). Ele se diz preocupado com a situação da unidade, dos funcionários e dos pacientes e cobra do governo estadual explicações sobre o fechamento do equipamento de referência em doenças pneumológicas na Bahia.

O legislador fez um requerimento formal cobrando a presença do secretário Fábio Vilas-Boas na Câmara de Salvador para se explicar. “Semana passada ele me procurou para dizer que o hospital não iria ser fechado, mas temos notícias de que o centro cirúrgico deixará de operar, causando um vazio assistencial. Se a cirurgia torácica sair do hospital, esse procedimento vai desaparecer do SUS na Bahia”, revelou.

Com o fechamento a Sais indicou outros hospitais, como o Ana Neri e o Ernesto Simões, para fazer as cirurgias. Despedindo-se do cargo de diretor do HEOM, contra a vontade do corpo médico, Leandro Lobo afirmou que toda administração tem prazo de validade, enfatizando sua posição quanto à medida adotada pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). “Eu acho que a Sesab precisa avaliar com muito cuidado o que pode ser feito em relação ao Octávio Mangabeira”, disse.

Para Guilherme Montal, atual presidente da Sociedade de Pneumologia da Bahia e médico do HEOM há 30 anos, que também participou da reunião onde foi confirmado o fechamento, caso seja concretizado o planejamento da gestão estadual em tornar o Octávio Mangabeira e o Ernesto Simões em um complexo único, os pacientes assistidos terão prejuízos.

“O perfil desse hospital e a vocação do mesmo devem ser preservados. Se você traz a administração do Ernesto Simões, ou de qualquer lugar para o HEOM, já é uma união diluidora no entendimento de todos os médicos. Foi isso que me preocupou. Se essa é a intenção, digo que não é uma luta contra a sociedade de pneumologia, nem o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), tampouco contra o sindicato ou a mídia. A população baiana será a maior prejudicada”, afirmou.

A decisão da Sesab preocupa os colaboradores e pacientes que já aguardam por cirurgias há anos. “São cem consultas por dia somente para cirurgias torácicas que vão deixar de ser feitas, além de atendimentos a pacientes oncológicos respiratórios. É preciso que os órgãos competentes possam intervir para que não haja a desassistência ao cidadão que necessita do tratamento” finalizou Euvaldo Jorge.

Hospitais psiquiátricos

Outro alerta feito pelo vereador foi em relação aos boatos de encerramento de atividades dos dois únicos hospitais psiquiátricos da capital baiana a atenderem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Juliano Moreira e o Mário Leal, deixando de assistir mais de 10 mil usuários ao mês.

“Os trabalhadores e pacientes estão desesperados com essa ameaça, pedindo o apoio da sociedade e dos órgãos competentes para impedirem que o governador Rui Costa cometa este absurdo contra as pessoas que dependem desses serviços para realização de tratamento”, desabafou Euvaldo.

Pipódromo

É também de autoria do edil a sugestão para criar um “pipódromo” na Orla Marítima. Segundo o projeto de indicação “infelizmente faz parte dos noticiários da nossa cidade o crescente número de acidentes em razão da brincadeira com pipas, principalmente devido ao contato com a rede elétrica, queda de telhado e lajes e uso do cerol, que rotineiramente atingem ciclistas e motociclistas, provocando vítimas fatais”.

Em sua justificativa diz que “a Orla Marítima de Salvador dispõe de área que pode ser utilizada com segurança para empinar pipas, espaço sem riscos, onde a alegria é o objetivo, sendo permitido voar com os pés no chão”.

A seu ver a criação do “pipódromo” contribuirá para a diminuição dos acidentes, como também para a preservação da cultura das pipas, que encanta adeptos e espectadores. A construção do equipamento seria de responsabilidade da Secretaria Municipal de Manutenção (Seman).