A reorganização da Superintendência de Segurança Urbana e Prevenção à Violência (Susprev) e a Guarda Municipal e a mudança da lei que institui o Programa de Parcerias Público-Privadas do Município foram aprovadas nesta segunda-feira, 4, pela Câmara de Salvador.
Com exceção do vereador Hilton Coelho (Psol), toda a bancada de oposição apoiou o projeto da GMS, através de acordo com os governistas e representantes da categoria para a instalação imediata de mesa de negociação. “Esta mesa de negociação é fundamental para a continuidade do processo de adequação da Guarda Municipal à legislação federal”, frisou a líder oposicionista, Aladilce Souza (PCdoB).
Apresentação da Louos
Também nesta segunda-feira, pela manhã, os edis foram apresentados aos detalhes da proposta do Executivo sobre a Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos) pelo secretário municipal de Urbanismo (Sucom), Sergio Guanabara, e pela urbanista da pasta, Juliana Paes.
A mensagem, enviada à CMS no último dia 21, traz novos parâmetros para, por exemplo, a altura máxima das edificações em toda a Área de Borda Marítima. De acordo com Juliana o texto busca evitar o sombreamento da praia e preservar o conforto ambiental.
Outra preocupação, disse ela, é a ventilação e a paisagem urbana da área, como os recuos e afastamentos entre edificações, índices de ocupação máxima e de permeabilidade e os coeficientes de aproveitamento.
“O projeto da Louos vai muito além da questão do gabarito. Outros fatores também influenciam diretamente para que consigamos o conforto ambiental. O gabarito é apenas mais um desses elementos”, garantiu Guanabara.
O presidente do Legislativo, Paulo Câmara (PSDB), garantiu que a tramitação da Louos, a exemplo do PDDU, obedecerá todos os aspectos legais: “Continuaremos primando pela transparência em todo o processo. O projeto já se encontra no site da Câmara (www.cms.ba.gov.br) para quem se interessar. Queremos o máximo de participação popular para que o projeto seja aperfeiçoado nesta Casa”.
Relator da Louos e também do PDDU, Leo Prates (DEM) acredita que a legislação trará para a legalidade muitas questões que ainda se encontram na informalidade na cidade: “A cidade cresceu de uma forma completamente desordenada e a ideia do projeto é trazer para Salvador a capacidade de projetar o futuro. Enfrentaremos esse debate sobre verticalização com muita transparência e clareza”.
Sombreamento
A Borda Atlântica vai desde a praia do Farol da Barra até a praia de Ipitanga. Em todo esse trecho a Lei, além de definir a altura máxima das edificações, exigirá a elaboração de estudo solar, a ser entregue para análise da prefeitura junto com o projeto do empreendimento, demonstrando a incidência da sombra da futura edificação, evitando-se assim o sombreamento da praia. Dessa forma, mesmo que o estudo solar aponte que uma edificação mais alta não ocasionaria sombra à praia, o limite máximo de gabarito prevalece.
Um ponto importante a ser destacado é que a altura definida não se aplica exclusivamente à construção, pois é medida a partir do nível da praia. Ou seja, o relevo do terreno é computado como parte dessa altura. Por exemplo, um empreendimento cujo terreno é plano, no nível da praia, terá mais andares que a edificação em um terreno que esteja na mesma área, mas a cinco metros do nível da praia.
O projeto da Louos traz também o escalonamento do gabarito de alturas máximas em faixas. Quanto mais próxima da praia, mais baixa será a edificação. Essa proposta resulta em uma composição mais harmônica da orla, bem como influencia na ventilação e na paisagem urbana.
Dentro da área de Borda Atlântica definida no PDDU as alturas máximas das edificações não poderão ultrapassar 75 metros ou 25 andares.
Seis debates
Seis audiências públicas foram programadas para discutir a matéria, a primeira na próxima quinta-feira, 7, às 8h30, no Centro de Cultura da Câmara. No encontro serão discutidas as disposições preliminares e gerais, além do zoneamento. Em seguida, os debates acontecerão nos dias 14, 18, 21, 26 e 30 de julho.
Elas têm o objetivo de informar, colher subsídios, debater, rever e analisar o conteúdo do projeto. De acordo com o texto do Regimento Interno, poderão participar dos debates instituições públicas e privadas, entidades empresariais, organizações não governamentais, associações representativas dos vários segmentos da sociedade e demais interessados. A previsão de votação em plenário é para a primeira quinzena de agosto.