Política

PLANO EDUCAÇÃO aprovado sob intenso tumulto na Assembleia Legislativa

A questão do genero e os debates sobre a sexualidade nas escolas dominaram os debates
Tasso Franco , da redação em Salvador | 04/05/2016 às 17:12
Policia teve que conter manifestantes dos dois grupos na porta de acesso às galerias
Foto: BJÁ
   Sob intenso tumulto na entrada das galerias e discussões acaloradas no plenário, a Assembleia Legislativa aprova nesta quarta-feira, 4, o Plano Estadual de Educação com emendas da bancada cristã com apoio da Igreja Católica e das Evangélicas, após reunião conjunta das comissões e intensos debates, pela primeira vez este ano na Casa, o que resultou num acordo de lideranças retirando as palavras 'genero e sexualidade' de artigos do PEE. 

   O Plano continua com a essência na educação, porém, houve uma derrota dos segmentos que se dizem mais liberais e propunham que o PEE fosse votado na íntegra como veio do Executivo.

   Não teve jeito. A base governista só tinha, no máximo 17 votos- deputados do PT e PCdoB e mais Fabíola Mansur do PSB - e precisou negociar com a Oposição e com outros integrantes da base que não concordavam com termos expostos no projeto, segundo o deputado e pastor Isidório (PSC) incentivadores da "difusão do homossexualismo nas escolas". 

   A deputada Fabíola Mansur (PSB) diz que o plano foi discutido à exaustão no Fórum dos Educadores e também pela Comissão de Mulheres da Assembleia e passaram para alguns segmentos uma "desinformação geral sobre o que significa genero".

   O certo é que o líder do governo, deputado Zé Neto, PT, precisou de muito jogo de cintura para negociar termos que fossem conciliadores, sem a perda do debate da diversidade e sua difusão nas escolas, para que a maioria aceitasse votar o PEE fechando um acordo com os líderes dos outros partidos, especial, o deputado Sandro Régis (DEM), considerado por Isidório como um "baluarte".

   Na tarde desta quarta feira deu de tudo na Casa Legislativa. Dois grupos de uma galera do Movimento de Mulheres, do LGBT e outros; e do outro lado, um grupo que se intitulava da Familia organizado por Isidório se ofederam mutuamente, gritaram palavras de ordem e só conseguiram ocupar as galerias depois de uma intensa negociação com a Segurança da Casa e com os dois líderes dos motivos, Fabíola Mansur e pastor Isidório.

   ARTIGO POLÊMICO 
   FICA ASSIM

   Na redação do polêmico parágrafo do gênero, a redação, ficou da seguinte forma: "Estimular que o respeito às diversidades seja objeto de tratamento transversal pelos professores bem como pelas instituições de ensino superior nos currículos de graduação, respeitando os Direitos Humanos e o combate a todas as formas de discriminação e intolerância, à luz do conceito de supralegalidade presente no ordenamento jurídico brasileiro".

   O líder do governo, deputado Zé Neto, diz que a essência do Plano não se modificou. A deputada Fabíola Mansur acha que modificou e muito e vai continuar na luta pois não "houve derrota de nossas convicções".