A contratação de uma empresa privada pela Prefeitura de Salvador para elaborar o plano de mobilidade urbana da cidade foi criticada pela líder da oposição na Câmara Municipal, vereadora Aladilce Souza (PCdoB). A apresentação do plano pelos municípios é obrigatório desde 2012, mas a capital baiana ainda não tem o seu e continua sem poder receber recursos federais a serem aplicados na área.
Sobre o decreto de licitação, assinado por ACM Neto, a edil afirma ter ficado preocupada: “Desde o início de seu mandato o prefeito negligencia a construção desse plano e agora, nas vésperas das eleições, tenha decidido criá-lo a partir da contratação de uma empresa para a sua elaboração”.
Ela encaminhou ofício ao alcaide solicitando esclarecimentos sobre esse caso e a garantia de que existirão instâncias de participação popular na elaboração do plano: “A comunidade acadêmica, os trabalhadores e trabalhadoras do segmento de transporte público e toda a população de Salvador devem ter o direito de participação garantido, para que o Plano de Mobilidade venha, de fato, a solucionar as demandas da sociedade. É preciso que o processo seja transparente, participativo e elaborado com calma e debate, para garantir a qualidade e utilidade do plano. Aguardamos do prefeito ACM Neto um posicionamento”.
Assédio moral
Aladilce encaminhou ainda à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e ao Diretor Geral do Hospital Ernesto Simões o pedido para a retirada imediata de um cartaz, afixado na instituição, recomendando a médicos, enfermeiros e funcionários assistirem às pessoas “como gostariam que seus familiares fossem atendidos”.
Para a vereadora “o conteúdo da placa atribui a responsabilidade da qualidade do atendimento exclusivamente aos profissionais de saúde, portanto, configurando-se uma conduta de assédio moral coletivo, uma vez que subliminarmente constrói no inconsciente dos usuários a ideia de que o problema da má qualidade do serviço de saúde ocorre porque os profissionais não os tratam da mesma forma como trataria os seus familiares, ou seja, sem o cuidado, respeito e atenção devidos. E considerando, também, que a qualidade da prestação do serviço de saúde pública depende de um conjunto de fatores que englobam não somente o efetivo de pessoal”.