Deputado Bobô (PCdoB) queixava-se da morte de uma sobrinha que entrou na fila da regulação
Tasso Franco , da redação em Salvador |
29/02/2016 às 17:21
Neto diz que há decisão politica contra Salvador
Foto: AGECOM
O prefeito ACM Neto fez hoje (29) um balanço dos investimentos do município na área de saúde. Questionado sobre o assunto durante coletiva de imprensa que apresentou a nova Defesa Civil de Salvador (Codesale a Operação Chuva 2016, o prefeito lembrou que capital baiana passou a investir, na atual gestão, 19% do orçamento no setor, contra 15% da administração passada. "Fechamos o ano passado com o maior volume de realizações na área e dobramos o número de equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). A população que era atendida pela atenção básica saiu de 18% para 50%", frisou.
ACM Neto destacou ainda que encontrou a Prefeitura com apenas uma UPA em funcionamento. Hoje já são cinco administradas pela gestão municipal. Além disso, a Prefeitura começa a construir em 2016 o primeiro Hospital Municipal de Salvador. Sobre a reportagem exibida na noite de ontem (28) no Fantástico, da Rede Globo, ACM Neto afirmou que a matéria revela bem a situação em que se encontra a rede hospitalar estadual de saúde, bem como a falta de repasses federais para o setor.
"Enquanto nós ampliamos nossos investimentos e lançamos projetos novos, como a construção do primeiro Hospital Municipal de Salvador, a matéria exibida pelo Fantástico revela a situação da rede hospitalar estadual e a falta de repasses da União para o município. Isso tem sido objeto de luta minha e já perdi as contas de quantas vezes estive no Ministério da Saúde para tratar disso. Tenho todas as audiências documentadas desde 2013. Estamos, inclusive, financiando coisas que são da responsabilidade do governo federal. Ano passado, ficamos três meses sem receber recursos federais. Paguei tudo em dia porque cobri obrigações que não eram da Prefeitura", denunciou o prefeito.
ACM Neto revelou que o governo federal tem deixado de repassar R$80 milhões para Salvador anualmente, principalmente no que se refere às áreas da média e alta complexidade no atendimento à saúde. "Nós estamos executando acima do teto, chegando a 115%. E o governo do estado não consegue executar o orçamento. Se a gente recebesse esse dinheiro que a União deixa de repassar poderíamos ampliar o credenciamento de hospitais para serviços de oncologia, por exemplo, ou para cirurgias eletivas.
Na minha opinião isso acontece por uma decisão política do governo federal, já que eles elevaram o teto do município do Rio de Janeiro", ressaltou.
REPERCUSSÃO NA ASSEMBLEIA
A matéria do Fantástico e as declarações de ACM Neto repercutiram na Assembleia Legislativa nesta tarde de segunda-feira, 29, e os deputados da oposição Jânio Natal (PRP), Hildécio Meireles (PMDB), Sandro Régis (DEM) e Pablo Barrozo (DEM) criticaram duramente o governo enquanto os deputados Rosemberg Pinto (PT), José Raimundo (PT), Eduardo Salles (PP) e Fabíola Mansur (PSB) defenderam os governos Rui e Dilma, mais até o de Rui do que o de Dilma.
Para Jânio Natal (PRP) foi estarrecedor assistir um secretário da Saúde (Fábio Vilas Boas) dizer na TV Globo (Programa Fantástico) que não há caos na saúde na Bahia, "quando a reportagem mostrou isso para todo o Brasil". Já o deputado Hildécio Meireles (PMDB) lembrou que, na semana passada, queixava-se o deputado Bobô, aliado do governo e integrante do PCdoB, da morte de uma sobrinha sua, em Bonfim, diante do não atendimento da reguilação.
Segundo Hildécio, a regulação tem uma espécie de fila da morte e "infeliz daquele que entrar nessa fila". O deputado lider da Oposição, Sandro Régis, disse que há uma notória perseguição do governo federal ao prefeito ACM Neto, mas, mesmo assim, seu governo faz muito mais na saúde do que o governo do estado.
O deputado Pablo Barrozo (DEM), em declaração mais firme, que "existe no governo é falta de eficiência e responsabilidade com a coisa pública". O deputado Rosemberg Pinto, líder do PT criticou a gestão ACM Neto e disse que a PMS só invesiu 18% do Orçamento em Saúde, não tem um hospital municipal e que o governo do estado tem feito muito pela saúde.
Já a deputada Fabíola Mansur (PSB), a qual é médica, destacou que a crise na saúde pública é nacional e que o assunto deve ser encarado com responsabilidade, sem acusar esse ou aquele ente federativo. O deputado José Raimundo (PT) também comentoou que a crise é nacionla "tiraram R$40 bilhões da Saúde com o fim da CPMF" e defendeu a volta do imposto.