O Carnaval 2016 continua gerando polêmica na Câmara de Salvador, com acusações e elogios às atuações do governador Rui Costa (PT) e do prefeito ACM Neto (DEM) por parte de seus partidários. Ligado ao petista o vereador José Trindade (PSL) saiu em defesa do chefe do executivo estadual, negando ter havido patrocínio do Estado para a Escola de Samba Mangueira, vencedora da disputa no Rio de Janeiro com sua homenagem à cantora baiana Maria Bethânia.
De acordo com edil houve até conversas com a direção da agremiação, “mas a negociação não evoluiu. Confiante no acordo a Mangueira se antecipou e mandou imprimir nas camisas do pessoal de apoio a logomarca do governo baiano, ficando impossibilitada de substituí-las durante a festa, o que acabou gerando a especulação de que o patrocínio foi dado”.
Para Trindade a polêmica foi levantada por apoiadores do prefeito “querendo criar factoide para desviar a atenção do caso da exclusividade da cerveja, que foi o maior ponto negativo do Carnaval 2016”.
Acusações mútuas
O debate foi acalorado na última sessão ordinária na CMS nessa segunda-feira, 15. Oposicionistas como Gilmar Santiago, Moisés Rocha (PT) e Aladilce Souza (PCdoB) louvaram os esforços e investimentos de Rui para dar segurança e atrações aos foliões pipoca, ao tempo que criticaram o modelo de patrocínio do Município, que, na visão dos legisladores “privatizaram” a festa ao permitir a venda de apenas uma marca de cerveja em todos os circuitos oficiais.
Na opinião de Moisés o Carnaval no trajeto Campo Grande-Praça da Sé acabou, pois as bandas e artistas mais badalados estão se apresentando apenas no Barra-Ondina. Ele defende um novo modelo de programação para possibilitar essa revitalização. Paulo Magalhães (PSC) rebateu o petista afirmando que esta foi considerada a melhor festa de todos os tempos, com a extensão dos folguedos a vários bairros da capital baiana.
Outros situacionistas como Henrique Carballal (PV) reclamaram contra os recursos estaduais empregados para pagar os cachês de Ivete Sangalo e Bel Marques, entre outros, enquanto entidades afros como Ilê Ayiê e Filhos de Gandhi tiveram pouco ou nenhum apoio financeiro.