A Câmara de Salvador promove nesta sexta-feira, 6, duas audiências públicas sobre a situação dos trens do subúrbio a respeito de diversidade religiosa. A primeira delas será coordenada pelo vereador Hilton Coelho (PSOL) às 15 horas, no auditório do Edifício Bahia Center (Rua Ruy Barbosa). A região, apesar de reunir mais de 25% da população da cidade, superior a 600 mil pessoas, enfrenta, segundo o socialista, péssimas condições de mobilidade.
Além disso a principal via de acesso à área, a Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana) enfrenta constantes congestionamentos. “Uma das formas de minorar os problemas seria o investimento no trem”, defende Hilton. Em sua opinião esse meio de transporte atende cerca de sete mil passageiros, em seus 13,5 km de extensão, “de forma precária, em vagões lotados e desconfortáveis, o que só agrava as péssimas condições de vida dos cidadãos soteropolitanos”.
De acordo com o legislador a comunidade local está “escaldada com tanto descaso, com a falta de respeito da gestão pública que fez a opção preferencial pelos ricos da cidade”. O encontro discutirá os problemas técnicos do funcionamento dos trens, como a questão das bitolas e dos dois trens desativados.
“É difícil compreender como é possível uma cidade com quase três milhões de habitantes não dispor de um sistema de transporte de massa eficiente, em uma região de alta densidade de moradores como o Subúrbio Ferroviário”, afirma, frisando que o debate permitirá a procura de soluções para o problema, de forma conjunta.
Direitos iguais
A outra audiência acontecerá no Centro de Cultura, por iniciativa de Gilmar Santiago (PT) e da presidente da Comissão de Reparação da Câmara, Vânia Galvão (PT). Entre as presenças confirmadas estão Makota Valdina, do Terreiro Tanuri Junsara (Engenho Velho da Federação), o Padre Zé Carlos e o sub-defensor público-geral da Bahia, Rafson Saraiva Ximenes. Também foram convidados, pelos Núcleos de Matriz Africana e de Evangélicos do mandato de Gilmar, Pastores de vários segmentos Evangélicos.
“Estamos na luta pelo fim da violência, da intolerância religiosa e pela paz”, diz ele. A reunião vai anteceder a XI Caminhada pela Diversidade Religiosa e Direitos Iguais, marcada para 15 de novembro, a partir das 14 horas, saindo do fim de linha do Engenho Velho da Federação.
Queixas contra Coelba
Gilmar realizou também, na quarta-feira, 4, em conjunto com a Ouvidoria da CMS, outro debate popular sobre as queixas contra a baixa qualidade de serviços e a precarização do trabalho de funcionários e terceirizados da Coelba. Na opinião do petista a situação é mais um reflexo das privatizações ocorridas na década de 1990: “O grupo Neoenergia, controlador da Coelba, tem lucros elevados, mas não dá o retorno que a população merece”.
O Sindicato dos Eletricitários denunciou a gravidade da mudança que a empresa fez no cabeamento de alta tensão (rede invertida) para evitar os ‘gatos’, colocando em risco a vida das pessoas.
“O repasse da Taxa de Iluminação Pública (TIP) para o município de Salvador é menor que para o de Fortaleza. Sem falar no fechamento do call center que empregava cerca de 600 pessoas e a transferência desse serviço para Recife, concentrando a central 0800 das concessionárias da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte”, disse o vereador.
Mais reclamações
De acordo com dados da Superintendência de Defesa do Consumidor (Procon-BA), as reclamações mais frequentes são por cobranças indevidas, dúvidas em cobranças, serviços não prestados e danos elétricos. O ouvidor-geral Henrique Carballal (PV), recebeu relatório do Sindicato dos Eletricitários do Estado da Bahia (Sinergia) com denúncias sobre as condições de trabalho na empresa. O texto apresenta dados da Fundação Coge, em pesquisas realizadas de 2003 até 2014, que colocam a Coelba como um dos fornecedores de energia “líderes em acidentes de trabalho com mortes”.
Os vereadores também relataram dificuldade em intermediar solicitações feitas por populares à companhia. “Se para nós, representantes de 3 milhões de cidadãos, já é difícil receber uma resposta positiva às demandas, imagine para um popular que não tem essa representatividade”, afirmou Carballal, demonstrando ainda preocupação com a poda das árvores com rede elétrica por perto.
Ainda participaram do debate Cláudio Tinoco (DEM), Kiki Bispo (PDT), Orlando Palhinha (DEM) e Paulo Magalhães Júnior (PSC).