Ex-presidente Lula concedeu entrevista na Rádio Metrópole de Salvador
Da Redação , Salvador |
23/10/2015 às 13:17
Ex-presidente Lula deu entrevista a Mário Kértész na rádio Metrópole
Foto: Tácio Moreira
Em entrevista a Rádio Metrópole, nesta sexta-feira, 23, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que seria "desleal" pedir a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Questionado sobre rumores de que queria a saída de Levy e de que teria pedido a substituição do ministro pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
“Isso não é verdade porque seria desleal com Dilma. Eu não seria desleal com Levy, nem seria desleal com Meirelles. Então, eu não sou presidente e não tenho direito de indicar ninguém. Eu só tenho direito de torcer para a presidente Dilma escolher as pessoas mais corretas. Eu disse ao próprio Levy, numa visita no meu escritório, de que a melhor notícia que Dilma tinha dado depois da vitória dela foi a indicação de Levy” , disse o ex-presidente, que foi à capital baiana participar de um evento do PT.
O petista também defendeu que não há motivo para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Nesta quinta, representantes da oposição protocolaram na Câmara um novo pedido de afastamento da presidente.
“Se você for analisar de forma muito sincera, não há nenhuma razão jurídica, não há nenhuma explicação a não ser atitude irracional de querer fazer o impeachment da presidente”, afirmou. “O momento é difícil para presidente, para governadores e prefeito. Estamos em época de baixo investimento. Acho que a discussão começou errada e acho que as pessoas estão tomando juízo e isso vai acabar logo”, completou.
O ex-presidente também negou que tenha articulado, junto com a bancada petista no Congresso, um acordo para manutenção de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Presidência da Câmara. “Não faço política com ilações. Acho que Eduardo Cunha tem que ter todo o direito de se defender, como eu quero com todo mundo desse país. Se ele for culpado, vai pagar como todo mundo desse país”, disse Lula.
No final da entrevista, Lula foi questionado se sente saudade da Presidência. Ele afirmou que não. Lembrou que fará 70 anos na semana que vem e que gostaria de um candidato "mais novo" em 2018. “Vou fazer na terça-feira 70 anos. Eu sei que não tenho mais o vigor físico que tinha com 55 anos. Eu só gostaria que nós tivéssemos uma pessoa mais nova, mais competente”, afirmou o ex-presidente.
SERIA WAGNER O NOME?
É muito difícil uma pessoa depois de 35 anos fazendo politica 24h por dia de repente parar de fazer. Porque, na hora que Dilma foi eleita, a minha obrigação era permitir que a presidenta tivesse total liberdade, total autonomia e governasse o pais com as características dela. Aquilo de o ex ficar no ombro dando palpite não faz parte de mim. Então, eu não queria causar constrangimento, atropelo, não dar contexto pra imprensa interpretar o que eu dizia como algo antagônico à presidente. Entretanto, alguns amigos da oposição e da imprensa não levam isso em conta e a impressão que eu tenho, é que não estão mais preocupados com 2014, com 2016, mas sim com 2018“, desabafou.
De acordo com o petista, mesmo sem nunca confirmar que voltará a disputar as eleições presidenciais em 2018, as especulações já contam o seu retorno como certo. “Já estão preocupados com evitar a possibilidade, que eu nunca disse que vou voltar, de o Lula voltar. temos que colocar um monte de bazuca e queimar fogo todo dia nesse bailinho pra ele não se meter a besta. Vou ficar parado ouvindo? Não, vou conversar com o povo brasileiro que é o que eu sei fazer e mostrar por que esse ódio, por que essa intolerância. Eu perdi 3 eleições e voltava pra casa pra fazer outra. Eles perderam a quarta eleição e não se conforma. Porque eles tentam destruir a mandato de uma pessoa que nem começou. vou começar a bater asas. Vou pro nordeste, vou pra porta de fábrica. O pais tem coisas muito mais importantes do que aquilo que aparece nas paginas e manchetes dos jornais”, opinou.