Política

VEREADORES reclamam do aumento da violência urbana em Salvador

Carballal, Leandro Guerrilha e Kátia Alves querem mais eficiência do Estado
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 07/10/2015 às 23:12
Carballal, Guerrilha, Kátia Alves e Gilmar Santiago
Foto: LB

Os índices de violência urbana em Salvador é tema de pronunciamentos por parte dos vereadores da cidade. Henrique Carballal (PV), por exemplo, repudiou as agressões sofridas por um jovem na Rua das Hortênsias, no bairro da Pituba, em Salvador, no dia 27 de setembro. Alexandre Souza Fontes foi espancado por um grupo denominado “Gangue de Mauricinhos”, que escolhe vítimas aleatórias para praticar violência em bares, festas e postos de combustíveis em bairros de classe média da capital.

De acordo com o edil “atos violentos com este devem ser investigados e punidos. O jovem Alexandre foi diagnosticado com múltiplas lesões, fraturas no nariz e em ossos da face, com suspeita de deslocamento de retina e possibilidade de perda da visão do olho esquerdo. Vamos esperar que jovens se tornem vítimas da violência de grupos bárbaros como este?”.

Ressaltando a importância de se combater a violência ele cobra providências para não haver impunidade. Por isso solicitou o acompanhamento do caso às comissões do Cidadão da CMS e de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa.

Audiência pública

Leandro Guerrilha (PDT) decidiu realizar uma audiência pública para debater a elevação das estatísticas de crimes violentos no município, como o caso do homem assassinado nos Barris e de outro em estado de coma após ser baleado no Saboeiro. O pedetista cobra respostas urgentes da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Nossa capital ficou em segundo lugar, em todo o Brasil em número de assassinatos em 2014, conforme resultado do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no último dia 30. De acordo com essa estatística a cada meia hora uma pessoa é assassinada na cidade, deixando claro que a segurança pública não vem sendo tratada como prioridade.

Legado trágico

Katia Alves (DEM) também comentou os números do anuário, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram registrados 1.397 homicídios no ano passado, uma taxa de 48,1 mortes por 100 mil habitantes. Quando saiu da SSP ela diz ter deixado o estado com 13 assassinatos por 100 mil habitantes.

Em sua opinião o legado do PT é trágico na Bahia: “As pessoas estão pagando com a própria vida pela incompetência desse partido na gestão da segurança pública. É preciso reverter urgentemente esse quadro”.

A seu ver faltam planejamento e inteligência na tomada de decisões. Além disso os investimentos na área de segurança na administração petista são incompatíveis com a gravidade do problema: “O governo não pode aceitar de braços cruzados o crescimento da violência, como se estivesse convencido de que perdeu a batalha contra o crime. É dever constitucional do estado garantir segurança à população”.

Não é bem assim

Para Gilmar Santiago (PT), porém, é preciso uma avaliação perspicaz sobre os dados: “Os indicativos não podem ser avaliados isoladamente, é preciso uma contextualização temporal desses dados, pois desse modo, constatamos a redução ou avanço daquilo a que se referem”.

Em sua análise as informações da SSP apontam a diminuição da violência no Estado: “O índice de homicídios de Salvador em 2010 era de 61,3% para cada 100 mil habitantes; em 2014 caiu para 45,5 pontos, ou, considerado os 48,1% indicados pelo anuário, temos uma redução, o que representa a ação efetiva da polícia no combate à criminalidade”.

Além disso, o vereador destaca um decréscimo de 10,3% no indicador de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), na cidade no primeiro semestre de 2015, em comparação ao mesmo período ano passado. ”E na Região Metropolitana, temos uma redução de 12,8%; mais um dado significativo”, ressalta.

Conforme o petista o próprio anuário indica que Salvador é a quarta capital do país com maior redução no número de crimes violentos. Os três primeiros municípios são Boa Vista (AC), Maceió (AL) e Belo Horizonte (MG). Já em relação às nove capitais nordestinas, o estudo mostra o município com o menor número de mortes para cada 100 mil habitantes, ficando atrás de Aracaju (SE) e Recife (PE).

Segundo a SSP, entre 2011 e agosto de 2015, foram presas 687 pessoas cometendo este delito; deste total, 105 foram detidas este ano. Ainda de acordo com o órgão, foram desarticuladas 91 quadrilhas neste período, das quais 13 ações ocorreram em 2015.