Política

VEREADORES petistas repudiam agressão de guardas municipais a artistas

Vânia, Suíca e Gilmar condenaram a atitude dos policiais
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 05/10/2015 às 22:41
Vânia Galvão, Suíca e Gilmar Santiago
Foto: LB

Os vereadores Vânia Galvão, Luiz Carlos Suíca e Gilmar Santiago (todos do PT) protestaram contra a agressão praticada por integrantes da Guarda Municipal contra artistas na Ladeira da Preguiça, Centro Histórico de Salvador, na tarde de sexta-feira, 2.

“Temos que combater e coibir estas ações que atentam contra a dignidade humana. Não podemos admitir que métodos arcaicos continuem sendo utilizados em nossa cidade. Não existem razões para isso, nada justifica a violação da cidadania de ninguém”, disse Vânia, presidente da Comissão de Reparação e líder petista na CMS.

Para ela o método utilizado “é uma marca da prefeitura”, como ocorreu com a derrubada da favelinha da Pituba: “Não podemos admitir estas atitudes de agentes que têm como função principal proteger o patrimônio público; e o maior patrimônio de uma cidade é o cidadão”.

Excessos

Suíca (PT), líder da oposição na CMS, também condenou a agressão e considerou a ação excessiva e agressiva. Em sua opinião dois fatores devem ser considerados: “Primeiro é inevitável reconhecer que o atual comando da Guarda Municipal, que é dirigido por um coronel da Polícia Militar, não prioriza o real propósito desta instituição que é o policiamento comunitário”.

Em segundo lugar, em alguns casos, “esses profissionais querem repetir práticas violentas e têm feito isso contra movimentos sociais e trabalhadores informais em várias partes da cidade”.

Em seu entendimento a gestão municipal deve priorizar a revitalização dessas áreas centrais que estão sendo derrubadas: “Por que não fazer operações de remoção de ocupações ilegais de alto luxo como nas bordas do Parque de Pituaçu? Áreas que privilegiam atuais ou futuros aliados, em determinados bairros, não são alvos de derrubadas e as obras continuam a todo o vapor, como é o caso de Pernambués”.

Para prevenir ações de conflito ele propõe que o poder público privilegie o diálogo e favoreça a cultura e ações de rua em várias áreas: “O poder público pode dialogar melhor com as partes interessadas, assim como pode fazer concessões, que podem ser de várias formas como a criação de centros de cultura e arte popular, onde os próprios interessados opinem sobre a política pública e promovam cidadania nas comunidades”.

Na visão de Gilmar “A Guarda foi criada para proteger o patrimônio público da cidade e não para espancar o cidadão”. Há tempos ele questiona se a GMS está realmente cumprindo seu papel: “Se isto estivesse acontecendo, poderia liberar os policiais militares que estão à disposição da prefeitura”.

Como foi

Os artistas Júlio Costa (responsável pelo Museu de Street Art Salvador – Musas) e Marcelo Teles (líder comunitário) atuam no projeto “Que ladeira é essa?”, desenvolvendo ações sociais no local. Eles foram agredidos quando tentavam conversar com agentes da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) sobre a demolição de um muro no local.

A Sucom considerou a construção do muro irregular. Os moradores tentavam explicar que foi necessária a edificação para conter possíveis desabamentos no período chuvoso, visto que três imóveis já tinham desmoronado no local.