A vereadora Vânia Galvão (PT) acusou o prefeito ACM Neto de querer instaurar um clima de competição com o governador Rui Costa: “Deve ser porque a população já percebeu as prioridades da gestão estadual e está chamando Rui de ‘goverprefeito’”.
Segundo ela Neto cobra Unidades de Pronto Atendimento (Upas), mas esquece que as creches são de fundamental importância para a saúde, o bem-estar e a educação das crianças: “Ele anuncia grandes eventos em Salvador, com milhões de investimentos, e nada de creches; fala de saúde, mas não tem hospital municipal, na contramão de outras grandes capitais brasileiras, não tem nem mesmo uma maternidade municipal”.
De acordo com a edil em menos de um ano o governo do estado já entregou mais de 300 leitos e em dezembro vai inaugurar o HGE 2. No primeiro semestre de 2016 serão concluídas as obras de ampliação da Unidade de Emergência de Plataforma. “Já a prefeitura, em três anos, não foi capaz de construir um hospital”, comparou.
“Seria bom o prefeito se preocupar mais com as denúncias contra o secretário de Gestão, Alexandre Pauperio, que não param de surgir”, frisou. A líder do PT na Câmara informou, ainda, que são realizados por mês mais de 30 mil atendimentos nas unidades vinculadas à Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), na região do Subúrbio Ferroviário.
Menos tributos
A legisladora solicitou ainda ao prefeito a redução de tributos municipais, considerando suas declarações sobre a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF): “Ele disse que tem consciência da responsabilidade pelo cargo que ocupa e por isso está fazendo campanha contra o reajuste fiscal do governo federal”.
Em sua opinião seria coerente, por parte do democrata, a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS), que em Salvador atinge a alíquota máxima permitida pelo Código Tributário Federal, que é de 5%, do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e das taxas dos estacionamentos da Zona Azul.
UPA em crise
A crítica de Hilton Coelho (Psol) foi direcionada à administração estadual, sobre a crise instalada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Escada, denunciada pelo Sindicato dos Médicos. De acordo com o socialista o problema está na gestão da organização social Pró-Saúde, administradora da unidade.
O socialista exige uma rápida solução “para que a população do Subúrbio Ferroviário, tão carente em atendimento na área de saúde, não seja prejudicada em razão da omissão estadual e do autoritarismo da empresa. Sou morador da região e acompanho com atenção o que acontece. A Pró-Saúde não cumpriu o acordado com o Sindimed no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e demitiu nove médicos de forma autoritária”, disse.
Para Hilton outro ponto obscuro denunciado pelo Sindimed diz respeito ao contrato vencido entre a Pró-Saúde e a Sesab, desde novembro de 2014: “Porém, o governo se recusa a divulgar os termos nos quais estão se dando os repasses mensais, mesmo tendo sido informado oficialmente pelo Sindimed através de três ofícios. O valor do contrato também é questionado. São cerca de R$4 milhões por mês, um valor similar ao que é repassado ao Hospital Regional de Juazeiro, unidade de grande porte com ampla gama de serviços e superior a outros grandes hospitais como o Dantas Bião, em Alagoinhas”.
A seu ver o governo é lento em buscar uma solução: “A Sesab está sendo muito lenta em tomar medidas para normalizar a situação e conivente com a demissão sumária de nove médicos, justamente os que participaram mais ativamente do movimento reivindicatório”. A Pró-Saúde é uma das maiores entidades de gestão de serviços de saúde e administração hospitalar do País e, segundo Hilton, deveria, no mínimo, cumprir com o que acorda na Justiça do Trabalho. Ele manifestou apoio ao Sindimed e exigiu a reintegração dos médicos demitidos em razão da luta na unidade.