Viagem do papa aos EUA está elevando a autoestima dos católicos nos EUA
Terrra , Salvador |
24/09/2015 às 13:52
Papa Francisco ovacionado no Congresso dos Estados Unidos
Foto: Getty Images
O papa Francisco foi aplaudido de pé nesta quinta-feira ao iniciar seu discurso no Congresso dos Estados Unidos, país que conta com 70 milhões de católicos. O pontíficie é o primeiro líder da Igreja Católica a fazer um pronunciamento na sede Legislativa americana em toda a história.
Falando por quase uma hora e fortemente aplaudido, o Pontífice pediu o fim da pena de morte em todo o mundo, condenou qualquer tipo de fundamentalismo, exigiu o acolhimento de imigrantes e condenou o sistema econômico atual baseado em exploração que leva à fome e à pobreza.
Além disso, Francisco pediu "coragem e audácia" aos países que têm diferenças históricas, em uma clara menção às relações diplomáticas dos Estados Unidos com Cuba e Irã. Elogiando o que chamou de "esforços feitos nos últimos meses na tentativa de superar as históricas diferenças ligadas a dolorosos episódios do passado", Francisco disse que "é seu dever construir pontes e ajudar todo homem e mulher a fazer isso".
"Quando nações que estavam em desacordo retomam a via do diálogo, novas oportunidades se abrem a todos. Isto exigiu, e ainda exige, coragem e audácia", afirmou Francisco, discursando em inglês, idioma que treinou durante as férias. No ano passado, o líder católico ajudou a mediar a retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, após mais de meio século de ruptura.
Antes de visitar Washington, Francisco esteve na ilha caribenha, onde se reuniu com o presidente Raúl Castro e seu irmão Fidel, líder da Revolução Cubana. Havia uma grande expectativa sobre a possibilidade do Papa fazer um apelo contra o embargo econômico à ilha. No entanto, o tema não foi citado em seu discurso, que se limitou a exaltar a importância do diálogo e a da construção de pontes.
O secretário de Estado, John Kerry, estava na primeira fila do pronunciamento, assim como o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, e os juízes da Suprema Corte. Uma multidão acompanhou o discurso do Pontífice em Washington, onde foram instalados telões gigantes para a transmissão ao vivo do evento. Francisco foi recebido por dezenas diante do Congresso e não hesitou em cumprimentar o público com apertos de mão, abraços e selfies.
Assim como fez ontem, na Casa Branca, o Papa usou um veículo popular e chegou à sede Legislativa norte-americana em um Fiat 500. Ao ser recepcionado pelo presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, o Pontífice agradeceu o convite pela visita e brincou com a cor da gravata do parlamentar. "Verde é a cor da esperança. Precisamos muito de esperança atualmente", comentou.
O Congresso dos EUA conta com vários políticos declaradamente católicos, entre eles Biden. No então, são profundas as divisões ideológicas entre democratas e republicanos. O convite para discursar em Washington partiu de Boehner e da líder democrata Nancy Pelosi em março, no aniversário de dois anos de Pontificado de Francisco. Por meio de um comunicado conjunto, os congressistas ofereceram ao primeiro Papa do continente americano a possibilidade de pronunciar algumas palavras no plenário.