Política

REGULAMENTAÇÃO do Stand Up Paddle foi discutida em audiência na CMS

Claudio Tinoco vê na atividade um novo atrativo turístico para a cidade
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 23/09/2015 às 19:02
A audiência foi realizada no Bahia Center
Foto: Reginaldo Ipê

A regulamentação da prática do Sant Up Paddle (pranchão com remo), também conhecido como Sup, em Salvador foi discutida na manhã desta quarta-feira, 23, durante audiência pública realizada no auditório do Edifício Bahia Center, por iniciativa do vereador Claudio Tinoco (DEM), autor de projeto para regularizar a modalidade esportiva na capital baiana.

A proposta regula também o funcionamento das escolas e dos locais destinados à locação de equipamentos para o esporte. Segundo o democrata o objetivo do encontro foi trazer para a discussão outras instituições como Marinha, Salvamar e Corpo de Bombeiros: “Temos que debater junto às escolas e praticantes a regularização da atividade, a regulamentação do uso do espaço e equipamentos obrigatórios”.

Membro da Comissão Desenvolvimento Econômico e Turismo da CMS o edil deseja que a capital baiana seja considerada a cidade oficial do Sup, por possuir condições de navegação propícias para a atividade. Apesar de ter chegado ao país em 2008 e se popularizado nos últimos anos, a regularização só existe no Rio de Janeiro e Florianópolis.

O legislador pratica o esporte e enxerga um novo atrativo turístico para a cidade: “Temos um grande potencial na Baía de Todos os Santos, além de possuirmos a maior costa da América Latina e condições de navegação propícias para a prática do esporte, mas a atividade precisa ser regulamentada por utilizar um espaço público que são as praias para a instalação das escolas e pontos de locação de pranchas e convívio harmônico com banhistas e demais modalidades esportivas”.

Mais segurança

Para a tetracampeã brasileira de SUP, a baiana Bárbara Brazil, a informalidade da atividade nas praias de Salvador prejudica os profissionais que já atuam na cidade desde 2011: “Hoje em dia vemos muitas pessoas praticando sem orientação, instrutores sem nenhum conhecimento básico de maré e segurança. No Porto da Barra, chega a ter 15 pessoas alugando pranchas que não têm nada a ver com o esporte. Salvador tem um potencial de água parada muito bom para a prática do esporte, portanto, deve ser regulamentado e nós, atletas e instrutores, estamos nos reunindo para que seja uma normatização que atenda a todos e em prol do sucesso do esporte”. Ela é proprietária da escola de Sup Babi Brazil no Porto da Barra.

A regulamentação para dar mais segurança aos praticantes e institucionalizar a capacitação de instrutores também foi defendida pelo presidente da Associação Baiana de Sup, José Augusto Carvalho. A 1ª tenente da Capitania dos Portos, Tatiane Nascimento, destacou sobre a importância do uso de equipamentos de segurança e de algumas medidas de precaução, como, por exemplo, sempre estar atento às condições do tempo e de maré e a necessidade de sempre informar em terra o trajeto e o horário previsto para retorno que auxiliarão nas buscas em caso de algum incidente. Ela também lembrou que a atividade não pode ser fiscalizada pela marinha por não se tratar de embarcações.

De acordo com Tinoco, o projeto - aprovado, no último dia 28 de julho, na Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização - deverá sofrer alterações a partir das contribuições feitas na audiência pública e a previsão é que seja votado no plenário ainda faça em novembro. A matéria prevê, entre outros itens, fixar número máximo de escolas por localidade respeitando suas características, qualificação de profissionais, estabelecer estrutura de apoio e itens de segurança obrigatórios e tempos de uso de materiais. Com a nova lei, o SUP passará a ser fiscalizado pela prefeitura de Salvador, que poderá aplicar multa, suspensão temporária das atividades e cassação do alvará de funcionamento. Também participaram do encontro Paulo César Vieira, presidente do Conselho Regional de Educação Física na Bahia, e Edmundo Pereira, representante da Superintendência do Patrimônio da União (SPU).