Partido da República ameaça deixar a base do governo caso César Borges assuma o Ministério da Casa Civil
JCB , Brasília |
18/09/2015 às 18:38
Ministro e deputado do PR dizem não a Borges
Foto: BJÁ
O Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, em telefonema para o presidente do PR na Bahia e deputado federal, João Bacelar, nesta sexta-feira (18), foi categórico em relação a especulação que o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, pode ser substituído pelo ex-governador da Bahia pelo PFL/DEM e ex-senador, César Borges, segundo informações que circulam na imprensa.
"Se ele entrar por uma porta, o PR sairá por outra", enfatizou o Ministro - que também é secretário-geral da ala. A relação entre Borges - que atualmente é vice-presidente de Serviços e Infraestrutura do Banco do Brasil e que é ex-republicano - e a cúpula nacional do PR deteriorou-se após a ala exigir sua demissão do Ministério dos Transportes como condição para apoiar a reeleição de Dilma; o PR também cassou os poderes dele no diretório regional baiano, onde foi impedido até mesmo de negociar alianças eleitorais.
Agora, a ala está decidida a sair da base de sustentação caso seja batido o martelo em colocá-lo como Ministro-Chefe da Casa Civil. Com 34 deputados federais e 4 senadores, o PR pode fazer diferença e ser o fiel da balança em votações no Congresso, principalmente, neste momento de crise e que discute o retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), extinta em 2007 pelo Senado.
Para o deputado federal João Bacelar- que também não se agradou ao ver o nome de Borges cogitado - o Planalto teme o "efeito cascata" das reclamações, já que o PMDB declarou está em queda de braço com o PT. "Com ele (Borges) no Ministério nossas insatisfações crescerão ainda mais. Mesmo com vários entraves estamos discutindo cautelosamente e diariamente o retorno da CPMF. A base governista precisa se articular mais. São necessários, no mínimo, 308 votos favoráveis, do total de 513", afiançou. O presidente do PR na Bahia ainda enfatizou que o nome que deixou de ser lembrado, mas que é muito aceito no meio político é do ex-governador e Ministro da Defesa, Jaques Wagner. "É um nome de peso e tem o traquejo político", concluiu.