O senador Walter Pinheiro (PT-BA), ao criticar a postura governo para enfrentar a crise econômica, afirmou que o momento exige do Executivo capacidade de diálogo com o Congresso e apresentação de propostas articuladas entre si que tenham “início, meio e fim”, e não medidas pontuais.
Em pronunciamento na tarde desta quarta-feira (16), no Senado, o parlamentar desconsiderou quem vê suas críticas como sinal de afastamento da base do governo, ao invés de manifestação de responsabilidade e preocupação com o atual momento do País. “Quanto ao fato de sermos do PT, da Base do Governo, essa situação ou essas condições não nos retiram – de forma nenhuma – a obrigação de, como Senadores da República, apresentarmos proposituras para a saída deste momento em que nos encontramos”, afirmou.
Para Pinheiro, é sua obrigação fazer a crítica para a mudança de rumo, apontando sempre propostas ao governo que ajudou a eleger. Sua atuação, disse, tem se sustentado em buscar os quatro pontos anunciados no início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff: Educação (Pátria Educadora); Saúde; Segurança; e Economia.
Rumo – Algumas iniciativas vieram a partir dessa premissa, como a criação de um colegiado específico para discutir as questões federativas – a Comissão do Pacto Federativa, presidida pelo próprio senador Pinheiro. Para ele, as dificuldades persistiram e resumem-se a duas perguntas: “Qual é o rumo? E com quem dialogamos no Governo?”.
“O rumo não pode ser, pontualmente, o envio de matérias, ou melhor, nem o envio, mas o anúncio de matérias na quinta [feira], com mudanças sobre esse conteúdo no sábado e a apresentação de outro tema na segunda [feira]. E de forma pontual. E na mesma cantilena: impostos, impostos, impostos, impostos!”, respondeu.
Para o senador, falta ao governo uma proposta amarrada e consequente para ganhar o apoio da sociedade: “Como é que é possível apoiar? É isso o que eu quero saber do governo que eu ajudei a eleger. Como é que a gente pode contribuir? De que maneira? E não, simplesmente, receber pacotes do outro lado”.
Pinheiro reafirmou que vai votar contra a proposta de um novo CPMF, porque compreende que a solução dos problemas não está em mais impostos: “Não quero votar um projeto aqui, ali e acolá. Não é esse o intuito. Eu quero conhecer um projeto que tenha início, meio e fim, que possa me dar garantias de que do outro lado vamos conseguir resolver o problema”.