Política

DEMOCRATAS e petistas trocam acusações sobre o aumento da violência

Democratas acusam Rui Costa de investir pouco. Para Gilmar Santiago a culpa está na prefeitura
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 02/09/2015 às 18:23
Claudio Tinoco, Kátia Alves, Leo Prates e Gilmar Santiago
Foto: LB

A nova polêmica entre governo e oposição na Câmara de Salvador gira em torno da situação de violência na capital baiana e em todo o Estado. Os vereadores democratas alegam falta de investimento por parte do governo Rui Costa, pois dos R$ 317, 3 milhões previstos para a área apenas R$ 35 milhões foram realmente aplicados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Para Claudio Tinoco a responsabilidade é da administração estadual: “Ao invés de ampliar os recursos para a segurança, sobretudo na área de inteligência e aumentando o efetivo de policiais nas ruas, o governo prefere fazer espuma e não sai do mero discurso vazio, tentando enganar a população. Em toda a Bahia a situação é de calamidade na segurança, vai ver que é por isso que Rui Costa não vai lá, prefere fazer espuma em Salvador”.

Segundo Kátia Alves o governador deveria aproveitar que é aliado do governo federal e solicitar mais recursos para a segurança: “Se o problema é falta de dinheiro, o senhor Rui Costa deveria cortar no que não é importante, a exemplo dos cargos de apadrinhados políticos, e aproveitar que é aliado da presidente Dilma Rousseff para solicitar recursos federais. Mas ele não faz uma coisa nem outra, e quem está sofrendo é a população. Não adianta inventar números e tentar resolver o problema apenas com a realização de blitze aleatórias e feitas sem nenhum planejamento”.

Traz a Força

Os democratas da CMS sugeriu a solicitação da Força Nacional de Segurança para restabelecer a ordem. Na opinião do líder da bancada, Leo Prates, a cidade “está vivendo uma crise dramática de uma guerra civil. Todos os dias homens e mulheres de bem morrem vitimadas pela crescente violência e nos finais de semana, os números são mais assustadores ainda. Precisamos de uma resposta imediata. É preciso a ajuda da tropa de Segurança Nacional de Segurança”. Outras cidades, argumenta, já obtiveram apoio da Força Nacional, como Vitória, no Espírito Santo.

Ele citou o último assassinato, ocorrido no último final de semana, quando Marianna Teles, de 22 anos, foi morta durante tentativa de assalto no Costa Azul. No mês passado foi Felipe Cabral, de 25 anos, no Imbuí. “A violência está generalizada na cidade. Nos bairros de classe média e nas periferias. Nos finais de semana, os números de assassinatos, sempre, têm dois dígitos. Quinze, vinte, trinta assassinatos por final de semana. Precisamos garantir a ordem e a segurança”, afirmou.

Levantamento do Escritório sobre Drogas e Crime da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2014, aponta Salvador como a 13ª cidade mais violenta do mundo. O Mapa da Violência 2013, do Instituto Sangari/Ministério da Justiça, aponta quatro municípios baianos entre os dez com as mais altas taxas de homicídios do Brasil até 2010. Com índice de 141,5 assassinatos para cada 100 mil habitantes, Simões Filho figura em primeiro lugar no ranking dos municípios com mais de 20 mil habitantes. Lauro de Freitas aparece em terceiro, com 106,6 mortes; Porto Seguro está na sexta posição, com 91,4; e Eunápolis em oitavo lugar, com 87,4 homicídios.

Culpa do desemprego

Mas, para Gilmar Santiago (PT), um dos principais motivos do aumento da criminalidade é o desemprego, do qual Salvador é capital nacional. Em sua opinião “em quase três anos de governo, o prefeito ACM Neto nada vez para reverter esse quadro”. Outro problema, diz ele, é a falta de vagas em escolas municipais para cerca de 150 mil crianças, que o prefeito também não consegue resolver.

Para o petista a bancada do DEM deveria fazer um debate de conteúdo sobre a questão da segurança pública: “A violência é um problema mundial que afeta as grandes metrópoles e no Brasil principalmente a juventude negra, há anos, e isso ocorreu também nos governos carlistas”.

Ele destacou que na mesma linha de Jaques Wagner Rui Costa aumentou o efetivo das polícias Civil e Militar, as blitze e os recursos para pagamento de horas-extras: “A prefeitura também pode colaborar com a segurança pública melhorando a iluminação não apenas nas principais avenidas, mas nas ruas transversais e nos bairros periféricos. E por falar nisso, a Guarda Municipal tem cumprido seu papel patrimonial para liberar o efetivo da PM?”.