Política

DEPUTADO diz que a Vaquejada de Serrinha é cruel e recebe críticas

Maior polêmica da tarde no pequeno expediente da Assembleia Legislativa
Tasso Franco , da redação em Salvador | 01/09/2015 às 17:46
Eduardo Salles argumento com Marcell que a vaquejada é tb cultura
Foto: BJÁ
    O deputado Marcell Moraes (PV) voltou à carga contra a Vaquejada de Serrinha e disse nesta terça-feira, 1, em plenário na Assembleia Legislativa que se trata de uma festa "cruel para os animais" e que a promotora do MP deveria ter sido "mais dura" nos termos do TAC assinado entre a promotoria e a direção do Parque Maria do Carmo.

 O parlamentar destacou que boi não foi feito para "passar fome e frio" e divertir pessoas "sendo puxado pelo rabo e sofrendo maus-tratos". Àqueles que defendem a prática da vaquejada e pelo menos três parlamentares a defenderam - Joseildo Ramos (PT), Eduardo Salles (PP) e Zó (PCdoB), o verde destacou que deveriam "experimentar a vaquejada e ficar no lugar do boi".

   O assunto virou uma polêmica intensa no pequeno expediente da Assembleia, pelo menos até a votação do reajuste dos servidores do Poder Judiciário, e o deputado Eduardo Salles (eis os dois, Salles e Marcell discutindo em plenário na foto) disse que a vaquejada é uma atividade cultural praticada em vários municípios da Bahia e do Nordeste brasileiro e que Marcell não conhece esse significado das vaquejadas. 

    Comentou para o BJÁ que tramita na Assembleia um projeto de sua autoria regulamentando as festas de vaquejada com mecanismos de proteção aos amimais e com uma ajuda a entidades filantrópicas com 2% dos lucros das festas sendo aplicados nessas instituições.
   
   Para o deputado Joseildo Ramos (PT), parlamentar que usou a tribuna para defender a prática das vaquejadas falta ao deputado Marcell conhecimento de causa. Segundo Joseildo, além do aspecto cultural, de preservação de uma festa de vaqueiros, "as vaquejadas de hoje não são iguais as de antigamente e há todo um ordenamento e proteção aos animais". Em plenário, Joseildo deu um "Viva a Vaquejada de Serrinha".

   O deputado Gika (PT), representante de Serrinha e aficionado de vaquejada não se pronunciou. Já o deputado Zó (PCdoB), disse que fazia côro com Salles e Joseildo, falava em nome de Gika e destacou que as vaquejadas envolvem aspectos econômicos, culturais e são importantes. Destacou que no dia do vaqueiro, próximo 5 de outubro, haverá uma festa encontro de vaqueiros em Juazeiro com todos vestidos a carater. E cantou um verso em homenagem aos vaqueiros no plenário.

  COMENTÁRIO DO BAHIA JÁ

   O que os deputados não comentaram sobre a Vaquejada de Serrinha é que a festa, hoje, deixou de ser uma festa de vaqueiros para ser uma festa de axé e pagode. Claro que toda festa tem que se transformar e a Vaquejada de Serrinha também se transformou.

   Agora, a questão cultural de que tanto falam esta praticamente desapareceu. Há, ainda, a derrubada do boi (o valeu boi), mas, deixou de ser o grande atrativo há muito tempo. Hoje, os artistas e pagodeiros são os 'reis' da festa.