Deputados da oposição dizem que a violência se espalhou por toda a Bahia e o governo não consegue reagir
Tasso Franco , da redação em Salvador |
31/08/2015 às 17:48
Deputados da oposiçao, de pé, cercam líder do PT, Rosemberg, cobrando providências
Foto: BJÁ
A morte da jovem Marianna Teles, 22 anos, estudante de medicina assassinada em Salvador no último final de semana foi o tema que centralizou os debates na Assembleia Legislativa nesta tarde de segunda feira, 31, com os deputados da Oposição cobrando do governador Rui Costa as suas promessas de campanha dando contra de que daria prioridade à segurança. Segundo o deputado Hildécio Meireles (PMDB) a prioridade do governo com a segurança é zero e a violência "se espalha em Salvador e no interior".
Hildécio relatou que nos últimos 15 dias foram 8 assassinatos na região de Jequié e a sociedade quer que o governador reaja. O peemedebista classificou a situação como "desrespeitosa".
Já o deputado Adolfo Viana (PSDB) disse que o crime contra a jovem Marianna Teles teve uma repercussção enorme por ter acontecido em Salvador, mas essa é uma realidade da Bahia.
"A Bahia inteira está castigada pela violência e existem projetos de lei de deputados nesta Casa que, se votados poderiam dificultar e muito as ações dos bandidos, uma vez que o governo é inerte".
No entendimento do deputado Rosemberg Pinto, lider do PT na Casa, a violência não existe só na Bahia, mas, em várias partes do Brasil. Rosemberg diz que vai propor um debate mais amplo sobre este tema na Comissão de Segurança, uma Audiência Pública, situando, ainda que a Bahia sofre mais do que os outros "porque aqui a Policia prende os bandidos e a Justiça manda soltá-los no dia seguinte".
INTENSIFICAR BLITZES
Os parlamentares também criticaram a postura do governador Rui Costa, o qual determinou nesta segunda-feira, 31, o aumento das blitzes em veículos e ônibus em Salvador e nas principais cidades da Bahia. A decisão foi tomada após a morte da estudante de medicina Marianna Teles.
Após saber da morte da jovem, o petista disse que ligou para o comandante da Polícia Militar (PM), coronel Anselmo Alves Brandão, pedindo que ele intensificasse esse tipo de fiscalização.
O governador ordenou que os PMs façam hora extra, já que o contingente atual não teria como realizar o serviço na escala normal. "Mandei botar na hora extra, correndo o risco de ofender a lei de responsabilidade fiscal, já que não temos homem para fazer na escala normal. Mas o que não dá é para ficar presenciando e acompanhando isso (a violência)", afirmou ele, durante evento no bairro de São Caetano.
Na opinião do deputado Pablo Barrozo (DEM) o governador chegou atrasado, pois, está no governo há 8 meses e deveria ter mandado fazer as blitzes antes e não agora que a situação é muito grave.
"Há uma fragilidade com as vidas humanas na Bahia tratada pelo ente público. Esse é um retrato da Bahia em todas as regiões do Estado e a culpa é do governador. Os bandidos perderam o medo porque não acontece nada com eles. Na minha região, no Oeste do Estado, a cada dia são assassinadas 3 pessoas", completou.