O prefeito ACM Neto pediu e o Tribunal Regional Eleitoral (TER) concedeu liminar, mas o vereador Everaldo Augusto (PCdoB) não gostou da retirada de veiculação de um vídeo institucional seu onde ele denunciava a “venda da cidade para grupos econômicos”. O comunista viu a atitude do alcaide como censura. Para ele Neto “demonstra a cada dia que ainda vive no tempo do avô, quando se utilizava na Bahia a censura e a perseguição contra todos aqueles que lhe faziam oposição”.
Na opinião do comunista o direito de crítica é uma conquista democrática, da qual o PCdoB não abre mão: “E nosso mandato vai continuar denunciando toda política de entrega da nossa cidade para grupos econômicos daqui e de fora”.
E continuou: “O Brasil mudou, só não avisaram ao prefeito. Nós levantamos a voz para esclarecer a população da privatização da Lapa, o que significa a venda de terrenos da prefeitura, o que significa licitação com único concorrente no transporte público da cidade, o que significa vender exclusividade do Carnaval e das festas da Bahia para determinadas cervejarias, a venda das zonas azuis e contratação de empresas de consultoria sem licitação”.
Mais críticas
Outro a criticar o democrata foi Gilmar Santiago (PT), que reclamou da declaração do chefe do executivo municipal sobre a não liberação de recursos para a contenção de encostas por parte do governo federal. De acordo com ACM Neto a Prefeitura estaria fazendo a sua parte. “Que parte?”, questionou o petista. “A única ação efetiva do prefeito é colocar lonas pretas nas áreas afetadas e esperar a chuva passar”.
De acordo com o oposicionista há um investimento de R$ 156 milhões da União, em parceria com o estadual, em áreas de risco da cidade. “O prefeito mistura BRT com encostas para dissimular o verdadeiro interesse, que é cumprir a promessa feita aos empresários de ônibus e implantar o BRT mais caro do país, erradicando a vegetação da Avenida Juracy Magalhães Jr.”, acredita Gilmar.
O legislador anunciou que vai sugerir aos vereadores da bancada oposicionista uma série de visitas a obras executadas pela Prefeitura de Salvador. “O objetivo é verificar o andamento dessas obras, algumas com atraso de mais de dois anos e o valor delas, principalmente em escolas e postos de saúde em construção ou reforma”, adiantou.
BB no subúrbio
Santiago solicitou também ao governador Rui Costa a implantação de uma agencia do Banco do Brasil no subúrbio, durante a solenidade de assinatura da ordem de serviço para uma obra de contenção de encosta na Travessa Volts, no bairro Rio Sena.
“Nesta região residem muitos servidores públicos estaduais, e há uma grande quantidade de micro e pequenos empresários que precisam de um banco público para ter acesso aos salários e linhas de crédito”, justificou.
Museu da Embasa
Outra sugestão feita ao governador do estado foi dirigida pela também petista Vânia Galvão. Ela quer transformar a área onde funciona o Museu Arqueológico da Embasa (Queimadinho), em Parque da Liberdade. No imóvel funciona, desde 1989, o Centro de Memória da Água.
Segundo Vânia, o conjunto possui prédios seculares, fonte e chafarizes. A idéia é que o novo expaço tenha foco na preservação da memória da água e da cultura, “já que abriga a memória do audacioso sistema de abastecimento de água encanada de Salvador, do século 19, um marco da engenharia nacional”.
A Companhia do Queimado foi a primeira concessionária de captação, tratamento e distribuição de água do Brasil e a Fonte do Queimado, localizada na divisa dos bairros da Lapinha e Caixa d’Água, foi descoberta pelos jesuítas por volta de 1600. O local é o berço do Rio Queimado.