A anemia falciforme foi o tema da sessão especial, realizada na manhã desta segunda-feira, 10, na Câmara de Salvador, promovida pela Frente Parlamentar de apoio às Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas de Salvador, presidida pelo vereador Edvaldo Brito (PTB). Ela antecedeu a uma reunião da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal para Avaliação das Políticas de Assistência Social e Saúde da População Negra, a primeira fora de Brasília.
A sessão foi dirigida presidente da CMS, Paulo Câmara (PSDB), e o debate conduzido pela presidente da Subcomissão Especial de Assistência Social e Saúde da População Negra, deputada federal Benedita da Silva (PT) e contou com a participação dos parlamentares federais baianos Antônio Brito (PTB), também relator da subcomissão, e Jorge Solla (PT). O segundo encontro será realizado no Rio de Janeiro.
“Este é um tema que tem que ser defendido na Câmara Federal pelos deputados baianos, pois temos aqui no estado um grande contingente de pacientes com doença falciforme. Precisamos de políticas públicas para reduzir a mortalidade e ampliar a assistência”, disse Paulo Câmara.
“Assim como a doença falciforme, a nossa comissão busca atendimento especial para a população negra em relação à obesidade, HIV e tuberculose, enfermidades que afetam a população negra de um modo especial. Propomos ao governo federal a realização de estudos para saber porque elas acometem os negros de modo especial e como combatê-las”, destacou Benedita.
A vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, participou do evento e enfatizou a importância de sua realização na capital baiana: “Essa comissão está tratando de questões que são nossas, a cidade mais negra do país. Após esse debate nós estaremos criando um marco na saúde pública com atenção especial à população negra”.
A anemia falciforme é uma doença genética que se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos. Eles adquirem o aspecto de uma foice e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos. Na Bahia, onde a população negra é maior, a doença atinge um em cada 650 indivíduos nascidos vivos.
Edvaldo Brito achou apropriado que a Câmara acolhesse o evento por se tratar de uma doença com grande incidência entre os negros: “Não é possível que não se tenha sensibilidade para as necessidades específicas da população negra. Temos o desafio de lutar por uma política pública inclusiva”.
Antônio Brito afirmou que a subcomissão também trabalha para melhorar a situação da população negra em relação à seguridade social: “É preciso promover o acesso da população negra às oportunidades de tratamento e assistência pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como aos programas de assistência social”. Segundo Solla o desejo do colegiado é avançar no tratamento da doença.
A mesa contou ainda com as presenças da coordenadora da Política Nacional de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme do Ministério da Saúde, Maria Cândida Queiroz; do ortopedista e pesquisador Ufba, Gildásio Daltro; do coordenador Abadfal, Altair Lira; do presidente da Associação Bahiana de Medicina (AMB), Robson de Moura; do superintendente do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes/Ufba), Antônio Lemos; do presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia, José Abelardo Meneses, e do hematologista Fernando Araújo.
Os edis Aladilce Souza (PCdoB), Sílvio Humberto (PSB) e Alberto Braga (PSC) também participaram, além do secretário municipal de Relações Institucionais, Heber Santana; da secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Olívia Santana; da superintendente municipal de Políticas para Mulheres, Mônica Kalile Passos, e de representantes do Conselho Municipal de Saúde da prefeitura de Maceió.