Acabou a greve dos trabalhadores terceirizados da limpeza nos órgãos estaduais, que começaram a voltar às atividades nesta terça-feira, após reunião entre representantes do Sindlimp (sindicato da categoria) e governo (secretário de Administração, Edelvino da Silva Góes Filho e prepostos da Secretaria de Relações Institucionais, Ivan Alex e Martiniano Costa).
De acordo com o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), diretor da entidade, houve acordo para o pagamento dos salários atrasados e direitos trabalhistas dos operários. Para o petista o acordo representou um avanço, mas poderia acontecido antes, sem necessidade de conflito.
Segundo ele “o governo garantiu que vai interceder para que os trabalhadores tenham seus direitos garantidos e que as empresas sejam enquadradas na Resolução Normativa nº 15, que diz que quando uma empresa não pagar os vencimentos no 5º dia útil, o Estado vai pagar direto, sem precisar da intermediação do Ministério Público do Trabalho”.
O edil destacou a vocação democrática do ex-governador Jaques Wagner, pois, apesar de todos os problemas, nunca os trabalhadores foram recebidos com polícia: “Ele sempre escalava uma pessoa para negociar. O governo poderia ter evitado a prisão de uma coordenadora sindical, poderia ter dialogado e resolvido. Como temos compromisso com os trabalhadores, entendemos que a reunião foi positiva, porque saiu com resoluções para resolver verdadeiramente a vida daqueles que cuidam de vidas. É louvável o governo ter gente como Edelvino Góes, entre outros servidores técnicos e com habilidade política para dialogar com os movimentos, com o espírito público e coletivo”.
Edelvino apresentou a resolução e garantiu a criação do Grupo de Trabalho (GT) com o Sindilimp, o Estado e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) para tratar o assunto dos terceirizados diretamente e cuja instalação acontecerá em 4 de agosto.
“Eles garantiram que as empresas pagarão de imediato, que até às 21h de hoje vão pagar os salários”, completa a coordenadora geral do Sindilimp, Ana Angélica Rabello. No encontro, ainda ficou decidido que o sindicato passará a lista das empresas de novos contratos nos quais está sendo aplicada a Lei Anticalote, regulação que não resolve o problema do salário, mas garante o FGTS dos trabalhadores.
Conforme adianta a coordenadora do Sindilimp, as empresas que quiserem migrar para esse processo da Lei Anticalote podem, mas têm muitas que estão resistindo, e só duas migraram. “Mas os contratos a partir de abril já estão em vigor com esta lei. Os trabalhadores retornarão aos seus postos, se tiverem condições de voltar, que não é o caso, pois não têm dinheiro para transporte. Em algumas empresas os trabalhadores começaram a informar para a gente que já estão recebendo, o salário já está na conta. Há uma orientação para que a gente possa fazer um esforço para que os trabalhadores abram conta no Banco do Brasil, que isso fica mais fácil, porque as empresas recebem por esse banco”.