O vereador Leandro Guerrilha (PSL) promoveu na última sexta-feira, 24, no Centro de Cultura da Câmara de Salvador, uma audiência pública sobre pessoas desaparecidas. Para ele “os casos de desaparecidos refletem uma questão social, que passa pelas drogas, pela saúde mental, pelo tráfico de pessoas e pelos sequestros”, além da rejeição à homoafetividade.
De acordo com dados não oficiais apresentados por Guerrilha, uma pessoa desaparece a cada 11minutos e cerca de 40 mil crianças entra nesse rol por ano no Brasil. Diante da gravidade dos sumiços, o padre Jorge, titular da Paróquia de Pau da Lima, bairro periférico de Salvador, alertou para o que ele classifica de “efeito Hiroshima”. “As pessoas hoje parecem ser vítimas de um efeito Hiroshima. De repente, elas simplesmente evaporam”, constatou, comparando a situação às vítimas da bomba atômica que dizimou milhares de pessoas na 2ª Guerra Mundial.
O pároco também criticou as ações policiais em bairros da periferia, que acabam genericamente associando os desaparecidos ao tráfico de drogas: “Não podemos admitir que em casos de desaparecimentos de jovens negros e pobres existam policiais envolvidos. Quando um jovem é detido e colocado em uma viatura, seja lá qual o motivo, é preciso que a família saiba para onde ele foi encaminhado, é um direito”.
Compondo a mesa da audiência, a titular da Delegacia de Proteção às Pessoas, Luciana Lima, explicou que os casos de desaparecimento podem ser comunicados imediatamente. Segundo ela, a Lei da Busca Imediata (nº 11.259) permite que os familiares registrem a falta do ente assim que for constatada a ausência para o início das investigações. Diferente da determinação anterior que obedecia a espera de 24 horas.
Completaram a mesa do evento, o padre Aparecido Alves e as investigadoras da Delegacia de Proteção às Pessoas, Cristiane Silveira e Lindinalva Caldas.
Moradores de rua
No mesmo dia Vado Malassombrado (DEM) reuniu-se, em seu escritório no bairro de Massaranduba, com a Comissão de Moradores da Rua 6 de Janeiro, localizada no bairro do Uruguai. Revoltados com a situação de abandono da rua, os líderes comunitários solicitaram ao vereador que os acompanhassem até a sede da Subprefeitura Bairro da Cidade Baixa para pedir solução.
Após ouvir os reclames da comunidade o democrata acompanhou a comissão até o órgão municipal. Diante do administrador Cláudio Mendes, os moradores expressaram insatisfação com a situação do bairro, mas deram um voto de confiança e se disseram esperançosos quanto ao atendimento do pleito, em razão da parceria com o legislador.