Política

CMS FAZ homenagens a Alice Portugal e Rufino do Beiru e audiência

Centenário do babalorixá Rufino do Beiru foi celebrado em Sessão especial
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 24/07/2015 às 19:06
Alice, entre os dois autores da homenagem
Foto: Valdemiro Lopes

Uma homenagem à deputada Alice Portugal (PCdoB) foi um dos três eventos públicos realizados pela Câmara de Salvador nesta quinta-feira, 23. Os outros dois foram a comemoração do centenário de nascimento do babalorixá Rufino do Beiru e uma audiência pública para debater a regulamentação das classes hospitalares na capital baiana.

A parlamentar comunista recebeu a Comenda Maria Quitéria, por iniciativa de seus colegas de partido, os vereadores Everaldo Augusto e Aladilce Souza, segundo quem a indicação foi por constatar o importante papel exercido pela mulher pública: “Na história política do nosso país e da nossa Bahia, de 1979 até os dias atuais, Alice Portugal é incontestavelmente uma grande liderança política com ações e serviços prestados, de repercussão nacional, em vários campos da política”.

Para Aladilce a legisladora tem a confiança do povo da Bahia, capacidade de liderança e vem se destacando entre os parlamentares mais influentes, os “nota 10” do Congresso Nacional: “Ela é um exemplo de força na luta política que merece ser seguido e louvado”.

Everaldo Augusto se referiu à homenageada como “uma deputada federal que honra a confiança do povo da Bahia e mantém a marca de coerência e verdade”. Farmacêutica e bioquímica, servidora técnica do Hospital das Clínicas da UFBA ela revelou desde cedo sua capacidade de liderança, figurando, desde 2010, como uma das cabeças mais influentes no Congresso Nacional.

Tentativas golpistas

Natural de Salvador, Alice se disse honrada em ser prestigiada com a Comenda justamente quando o país atravessa uma crise política. E comparou : “Em momento de guerra, Maria Quitéria teve que usar armas. Mas em momentos de paz a arma é a política, o argumento, a garantia de que a democracia persista, apesar das tentativas golpistas que estamos vendo ser tramada”.

Ela agradeceu à Câmara pela homenagem, aprovada por unanimidade, e frisou que esse reconhecimento por sua atuação parlamentar só reforça suas convicções de que é preciso lutar para aumentar a participação da mulher na política, lembrando que no Congresso Nacional são 51 mulheres e 513 homens.

Participaram da homenagem as deputadas petistas Moema Gramacho (federal) e Maria Del Carmen (estadual), o deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB), os vereadores Luiz Carlos Suíca (PT), Cristiano Rodrigo (de Santo Estêvão), e o ex-vereador Javier Alfaya. A cantora Mariana Silva, filha de Everaldo Augusto, e o Coral da Assufba, regido por André Luiz Lopes, se apresentaram na sessão.

Rufino do Beiru

O centenário de Manoel Rufino de Souza reuniu cerca de 200 pessoas, entre babalorixás, ialorixás, filhas, filhos de Santo, amigos e familiares. A sessão, proposta por Gilmar Santiago (PT), aconteceu no Centro de Cultura da CMS.

“Fico feliz em celebrar o centenário de alguém que foi muito importante para o Candomblé”, disse o petista, recordando que em 2013 promoveu uma sessão especial histórica contra a intolerância religiosa e que até o final do mandato atual pretende homenagear outros sacerdotes e sacerdotisas do Culto Afrobrasileiro. Quando secretário municipal da Reparação, o vereador lançou o projeto de reforma dos Terreiros e é também autor da lei de regularização fundiária dos templos religiosos.

Fundador do Asé do Beiru (Ile Asé Tomin Bocun), Rufino faleceu em 1973, com 58 anos de idade, por complicações de diabetes. Ao lado de Joãozinho da Goméia e outros contemporâneos, ele contribuiu para a sobrevivência e o fortalecimento da religião em um momento de perseguição pelas autoridades policiais. Para a antropóloga Iêda Castro, estudiosa das línguas africanas, foi um “acadêmico de saberes tradicionais”.

Classes hospitalares

Professores e coordenadores pedagógicos da Rede Municipal de Ensino compareceram ao auditório do Edifício Bahia Center, anexo da Câmara Municipal, para debater a regulamentação das classes hospitalares em Salvador. Requerida pelo vereador Hilton Coelho (Psol), membro da Comissão de Saúde, Planejamento Familiar, Seguridade e Previdência Social da Casa, o encontro expandir as informações sobre o programa educacional e cobrar melhorias para as condições de trabalho destes profissionais.

De acordo com o socialista “as informações sobre o tema exigem maior divulgação, ainda é algo muito restrito e não atende a dimensão real das potencialidades do programa”. Para ele trata-se de um trabalho que precisa se transformar em política pública através do Executivo, para que se crie “um solo mais seguro de atuação”.

As atividades de classes hospitalares atendem o público infanto-juvenil e adulto ‘PNEE’ (Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais), sobretudo aqueles com risco de evasão escolar causado pelo internamento. O ensino oferecido é respaldado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pelos conselhos de educação, além de acompanhar o conteúdo curricular da escola regular.

Em Salvador, os hospitais Santa Izabel, Irmã Dulce, Eládio Lasserre e Couto Maia, entre outros, além do GAAC (Grupo de Apoio à Criança com Câncer) e NACCI (Núcleo de Apoio ao Combate do Câncer Infantil) e 18 domicílios prestam o serviço.