Política

Negromonte diz que tem 'irrestrito intuito' colaborar com investigação

São 250 policiais envolvidos na operação
G1 e PF , da redação em Salvador | 14/07/2015 às 09:49
Mário Negromonte, conselheiro do TCM é investigado mais uma vez
Foto: AE
   (Atualizada às 18h)

   Através de nota, o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte disse que está colaborando com as investigações da Operação Lava Jato. O ex-ministro do governo Dilma Rousseff e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Município de Salvador (TCM) disse que tem "irrestrito intuito de colaborar com a investigação, inclusive com a entrega espontânea de todos os elementos considerados indispensáveis pelas autoridades, na medida em que tem a plena convicção de que é essa investigação que apontará para a sua inocência relativamente aos fatos investigados".

   Na nota, Negromonte confirmou que sua residência foi alvo de mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Federal como parte da Operação Politéia, deflagrada na manhã desta terça-feira, 14. O ex-ministro é alvo de dois inquéritos da Lava Jato: um que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e outro no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

   Embora o ex-ministro tenha prerrogativa de foro no STJ, por ocupar um cargo no Tribunal de Contas da Bahia, o Ministério Público decidiu manter parte das investigações na Suprema Corte já que o caso está bastante ligado a outros investigados. O ex-ministro é alvo do inquérito no qual estão outras 38 pessoas que supostamente agiram como organização criminosa. O novo inquérito foi remetido ao STJ no fim de maio.

No inquérito de Negromonte no STJ, o Ministério Público Federal solicitou algumas informações para reforçar os indícios de seu suposto envolvimento com o esquema. Foram pedidas diligências como oitivas e cópias de documentos, entre eles da agenda de Negromonte quando era ministro das Cidades e documentos referentes ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

(MATÉRIA das 9h49min)
 
A Polícia Federal cumpre 11 mandados de busca e apreensão na Bahia e mais 42 mandados em cinco estados brasileiros e no Distrito Federal na manhã desta terça-feira (14). A operação Politéia é resultado de seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato. 

O objetivo da operação é evitar que provas importantes relacionadas à Lava Jato sejam destruídas pelos investigados. Em Salvador, segundo o G1 Alagoas, um dos locais onde estão sendo realizadas buscas é na casa do ex-ministro e ex-deputado Mário Negromonte (PP-BA).

Também estão sendo realizadas buscas nas casas do senador Fernando Collor, em Brasília e Maceió, na do senador Ciro Nogueira em Brasília e na do deputado Eduardo da Fonte, também em Brasília. Ao todos, 250 policiais participam da operação. Os mandados foram expedidos pelo ministros do Supremo Tribunal Federal, Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.

Ao todo, são 53 mandatos de busca em apreensão - 11 na Bahia, 12 no Distrito Federal, oito em Pernambuco, sete em Alagoas, cinco em Santa Catarina, cinco no Rio de Janeiro (5) e cinco em Paulo (5). As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos.  

Ainda segundo informações da Polícia Federal, foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa. Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros. 

NOTA DA PF

A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal deflagrou hoje, 14, a Operação Politéia* que tem como objetivo o cumprimento de 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato.

Os mandados, que foram expedidos pelos ministros Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (12), bem como nos estados da Bahia (11), Pernambuco (8), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais federais participam da ação.

As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos.

As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.

Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa.

Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros.