Apesar das sessões ordinárias da Câmara de Salvador não apresentarem grande produtividade em termos de aprovação de projetos os vereadores têm se mexido para a realização de audiências públicas e reuniões sobre assuntos importantes para a vida da cidade.
Um desses encontros foi realizado nesta terça-feira, 14, no Centro de Cultura da CMS, para discutir as dificuldades enfrentadas por moradores dos conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida na capital e região metropolitana. A iniciativa foi de Everaldo Augusto (PCdoB), para quem o Estado não consegue assistir adequadamente essas pessoas.
Em sua opinião não adianta fornecer prédios e casas se a prefeitura não oferece a mínima infraestrutura para auxiliar os moradores da cidade: “Em todos estes locais verifica-se a ausência dos poderes públicos. É uma pena que esta conquista é, muitas vezes, ocultada por uma total falta de condições de moradia para estas famílias carentes, que mesmo após adquirirem seus imóveis, permanecem na marginalidade”.
Representante da Frente de Luta Popular (Fepelê), Laélcio Silva, relatou alguns problemas existentes: “A nossa luta por moradia vai muito além da conquista das casas próprias. Ninguém come paredes, veste reboco, ou calça pisos. Quando o governo constrói as habitações nesses locais distantes, precisa, também, oferecer o mínimo de condições para que as pessoas morem com dignidade”.
Para Antônio Barreto Vaz, um dos responsáveis pelo Programa de Trabalho Técnico Social (PTTS), da Caixa Econômica Federal “temos boas políticas públicas e bons técnicos. Mas precisamos que estes bons profissionais saiam dos seus gabinetes e conheçam, de perto, os centros habitacionais para que ouçam os moradores e saibam exatamente quais são as reais necessidades daquelas famílias”.
Turismo em debate
Outro assunto discutido nesta terça, 14, foi a atividade turística na capital baiana, pois a Comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo recebeu a visita do secretário de Cultura e Turismo do município, Érico Mendonça, em uma reunião realizada no auditório do Bahia Center, na tarde desta terça-feira (14).
O executivo apresentou o plano municipal para a área, destacando as novas sinalizações e orientações turísticas espalhadas pelas principais vias, apoio à economia popular, a promoção da cidade como uma anfitriã de eventos e a nova orla. “Salvador é um destino singular e possui cultura própria, com muita diversidade”, afirmou.
Para o presidente do colegiado, Luiz Carlos (PRB), o turismo e cultura são muito importantes: “Vivemos do comércio e do turismo e o assunto merece nossa atenção”.
Na opinião de Sabá (PRB) “mesmo com a crise, Salvador é uma das cidades mais visitadas e procuradas pelos turistas. No plano estratégico, senti falta da inclusão das praias da Cidade Baixa e da periferia. Preocupo-me em não vê-las no roteiro”. Geraldo Júnior (SD) também defendeu que a periferia deve ser considerada um produto turístico. Segundo Érico, a prefeitura dará atenção a essas áreas.
Isnard Araújo (PR) lembrou da representação das religiões africanas e do “forte apelo turístico que elas possuem”. Falando dos efeitos da crise econômica, Cláudio Tinoco (DEM) lamentou que o turismo também estivesse sofrendo prejuízos, mas vê o plano apresentado pelo secretário com “expectativa renovada e positiva”.
Ele criticou a crise na gestão estadual do turismo que agrava a situação do setor na capital - terceiro destino turístico no país: “Após 7 meses do novo governo petista somos surpreendidos que até o próximo dia 17 o governador Rui Costa vai escolher se cai Nelson Pelegrino da Secretaria Estadual de Turismo ou Diogo Medrado da Superintendência da Bahiatursa. A Bahia que já foi cantada em diversos versos e prosas, hoje vive um dilema de quem é que fica: se Pelegrino ou Diogo Medrado”.
Para o democrata, as questões partidárias e pessoais devem ficar em segundo plano em prol da principal atividade econômica na Bahia - que já vem sentido os efeitos da crise econômica instalada pelo governo federal desde janeiro deste ano.
“Enquanto a prefeitura de Salvador vem anunciando várias ações para o incentivo ao turismo na nossa cidade, como a requalificação da orla e melhorias nos atrativos turísticos, a falta de uma política estadual de turismo faz com que se arraste há anos as obras da Feira de São Joaquim e do aeroporto”, diz ele. “Mais uma vez, também cobramos a entrega do terminal marítimo de passageiros de Salvador, cuja temporada de cruzeiros já se aproxima, é no mês de setembro, e continua sem nenhum perspectiva”, destacou.