Política

VEREADORES reagem a acusações de Geddel e pedem apuração à Mesa da CMS

Gilmar protocolou pedido de investigação junto à mesa diretora da CMS
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 13/07/2015 às 19:25
Gilmar Santiago e Euvaldo Jorge
Foto: LB

Repercutiu mal na Câmara de Salvador a afirmação do ex-ministro Geddel Vieira Lima, presidente estadual do PMDB, de que vereadores estariam sendo “assediados pelo banqueiro Marcos Mariani” para barrar a construção de um prédio de 30 andares na Ladeira da Barra. Gilmar Santiago (PT) e Euvaldo Jorge (PP) reagiram contra a acusação.

Para o petista “a Câmara não pode ficar calada, essa suposição macula a imagem de todo o Legislativo”. Ele protocolou, na mesa diretora da CMS, ofício pedindo averiguação pela Procuradoria Jurídica da Casa das declarações.

Na opinião do pepista a declaração é grave e exigiu que Geddel “dê nomes aos bois, diga quais são os vereadores que estão sendo assediados”. Segundo ele a Casa “precisa ser defendida desse tipo de acusação” e concorda com a abertura de um processo para o fato ser apurado, “os envolvidos nominados e responsabilizados e a Casa respeitada”.

Dossiê gordo

De acordo com Gilmar “essa história começou porque eu fiz uma denúncia na Câmara, apresentei um dossiê ‘gordo’ pedindo esclarecimentos dessa obra. Pedi que a Comissão de Planejamento Urbano faça uma audiência pública e vá ao local com a Sucom”. A seu ver Câmara não pode ser pressionada, principalmente quando começa a debater questões do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).

O prédio em questão é o edifício La Vue, de 30 andares e cerca de 126 metros de altura, que a Cosbat Empreendimentos constrói na Ladeira da Barra, próximo a áreas de proteção ambiental e patrimônios históricos. Os apartamentos estão à venda no site da BrasilBrokers (www.brasilbrokers.com.br).

Na abertura da sessão ordinária da Câmara, estava previsto um pronunciamento da presidente da Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra), Regina Martinelli Serra, na Tribuna Popular que acontece às segundas-feiras. Ela falaria sobre os problemas causados pelas intervenções da prefeitura no bairro, mas foi impedida por um pedido de verificação de quórum feito pelo vereador Claudio Tinoco (DEM).

A comunidade, por intermédio da Amabarra é contra o prédio, o Centro de Apoio às Promotorias de Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama) do Ministério Público Estadual pediu informações à Prefeitura, que ainda não apresentou a documentação solicitada. O município concedeu o alvará de construção com base em um parecer isolado do coordenador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Bruno Tavares.

Duas técnicas do Escritório Técnico de Licenças e Fiscalização (Etelf), composto por especialistas do Iphan, Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e Sucom, afirmam que a construção impacta, agride e tira a visibilidade de monumentos e áreas tombadas, a exemplo da igreja de Santo Antônio, o Cemitério dos Ingleses, os fortes de Santo Antônio e Santa Maria, de um lado da ladeira, o Morro Clemente Mariani e o Outeiro de Santo Antônio, do outro.